Dança Moderna | Dança Popular |
Maxixe | Quadrilha | Sapateado | Valsa |
Existem duas espécies mais importantes
de dança: a teatral e a social.
A teatral é encenada para
entretenimento de espectadores. Dentro dela encontramos o balé, a dança
moderna, danças folclóricas, os bailados dos musicais e o sapateado.
Na dança social, os participantes
dançam para o seu próprio prazer.
Todos os tipos de dança envolvem
movimento, energia, ritmo e criação. Movimento é a ação dos bailarinos quando
usam o corpo para criar formas ordenadas; a energia fornece a força necessária
para executar o movimento; ritmo é o padrão de tempo em torno do qual se
realiza o movimento e a criação está relacionada com a forma visual apresentada
pelo movimento do corpo do bailarino.
01. Dança Moderna
A dança moderna apareceu no início do
século XX e seus precursores procuraram maneiras mais modernas e pessoais de
expressar idéias através da dança.
Entre os pioneiros do movimento estão
às americanas Isadora Duncan, Loie Fuller e Ruth St. Denis; o suíço Emile
Jacques-Dalcrose; e o húngaro Rudolf von Laban.
Isadora
Duncan era a mais espontânea, dançava descalça e vestia túnicas soltas que lhe
davam liberdade de movimentos. Não permitia cenários que pudessem desviar a
atenção da platéia. Isadora ignorava os movimentos convencionais; os seus eram
inspirados pela natureza, pela música clássica e pelas tragédias gregas.
As religiões orientais inspiraram as
danças de Ruth St. Denin; ela e seu marido Ted Sahwn abriram uma famosa escola em Los Angeles , a
Denishawn. Muitos de seus alunos, entre os quais Martha Graham, desenvolveram
estilos mais pessoais e formaram suas próprias companhias.
A dança moderna voltou ao início básico
da dança, liberada de artifícios ou temas fantásticos. Era um meio do artista
poder expressar seus sentimentos de um modo mais atual. Explora as
possibilidades motoras do corpo humano, usa o dinamismo, o emprego do espaço e
do ritmo corporal em
movimentos. Os grupos de dança moderna normalmente são
fundados por uma personalidade, que é seu coreógrafo e diretor, sendo por isso
individualistas e tendo suas próprias características.
A dança moderna se desenvolveu
principalmente nos Estados Unidos, por não ter uma tradição clássica, e na
Alemanha, pela particularidade do alemão gostar de manter suas características
próprias evitando influências externas.
02. Dança Popular
É a dança dos bailes, festas e outras
reuniões sociais e incluem tanto as danças antigas, como a valsa, até as da
moda da época atual.
As primeiras danças populares,
conhecidas como danças da corte, originaram-se entre os nobres europeus do
século XII, a partir das danças folclóricas dos camponeses.
Os passos de muitas danças populares
foram registrados em papel e vêm sendo ensinados por mestres desde o século XV.
É comum este tipo de dança se espalhar por vários países.
Algumas foram consideradas chocantes
quando surgiram, como no século XIX; muitas pessoas consideravam a valsa
deselegante porque exigia maior contato com os pares; na década de 1920, dançar
o jazz com o rosto colado era considerado pecaminoso.
A maioria das danças populares
representa uma moda passageira e fica ligada à época em que teve maior sucesso;
às vezes é esquecida no período seguinte.
03. Maxixe
Maxixe é uma dança urbana brasileira,
normalmente instrumental, surgida em 1870, no Rio de Janeiro.
Algumas pessoas acham que foi uma fusão
da habannera (dança de origem afro-cubana) e da polca; outros dizem que é
proveniente do lundu misturado também com a polca.
É uma dança de par, com ritmo forte e
andamento rápido e exige de seus participantes extrema agilidade na execução
dos passos.
Era considerada uma dança escandalosa,
sendo por isso perseguida pela polícia, igreja, chefes de família e educadores.
Para que pudesse ser tocado e dançado em casas de família, trazia o nome de
tango brasileiro.
O compositor Ernesto Nazaré ficou
famoso com "seus tangos”: Odeon, Brejeiro e Sertaneja.
O maxixe caiu em desuso, talvez por sua
complicada coreografia. Esta dança foi a precursora do samba.
04. Quadrilha
Quadrilha, dança de salão de origem
européia do século XIX, chegou ao Brasil trazida pelos portugueses e pelas
missões culturais francesas que estiveram no Brasil nesta época; fez grande
sucesso no Rio de Janeiro na época da Regência, trazida por mestres de
orquestras de danças francesas. Depois se popularizou acabando por tornar-se
uma dança caipira, executada nas festas juninas.
O acompanhamento musical da quadrilha é
a sanfona; os participantes, sempre em pares, obedecem a comandos de um
marcador, que mistura palavras francesas e portuguesas e é dividida em cinco
partes.
Cada etapa vai mostrando de um modo
simbólico, o que se passa entre um homem e uma mulher, num momento de
conhecimento e namoro. Existe o "en avant" e o "an arriê”, a
indecisão dos parceiros, as mulheres que observam os homens e vice versa, os
pares que passeiam, as dificuldades, como quando cai a chuva ou encontram uma
cobra, a reunião de todos , os caracóis que são as pessoas que se cruzam pela
vida, o túnel e por fim a grande confraternização. Normalmente a quadrilha
termina num casamento, que apesar do tom caricato, simboliza a união do homem e
da mulher e a esperança de uma nova vida.
Toda esta simbologia teve origem há muitos
séculos, quando os povos antigos festejavam a colheita no início do verão, que
no Hemisfério Norte, correspondia ao mês de junho. Foram os romanos, tempos
depois, que deram à antiga festa da Fertilidade, o nome de Junônias, em
homenagem à deusa Juno, deusa-mãe, esposa universal, símbolo do amor conjugal,
da fidelidade e da fertilidade.
Quando o cristianismo foi implantado na
Europa, depois de muito relutar, a Igreja aceitou algumas das festas pagãs,
entre elas as Junônias.
Interessante é notar que uma dança
nascida há tantos séculos, no meio de um outro povo, apareceu em outro país com
uma cultura tão diferente e conservou a mesma essência.
05. Sapateado
O sapateado se originou da fusão
cultural entre irlandeses e africanos. Sua primeira manifestação aconteceu na
Irlanda, no início da Revolução Industrial. Nos pequenos centros urbanos,
operários costumavam usar tamancos (Clogs) para isolar a intensa umidade que
subia do solo e, como forma de diversão, reuniam-se nas ruas, tanto homens como
mulheres, para uma animada competição, onde o vencedor seria aquele que
conseguisse produzir os sons e ritmos mais variados com o bater das solas no
chão de pedra. Esta diversão passou a ser popularmente conhecida como “
“Lancashire Clog “.
Por volta de 1800, os tamancos foram
substituídos por calçados de couro (Jigs) por serem mais flexíveis e moedas
foram adaptadas ao salto e à biqueira para que o " sapato musical "
soasse mais puro. Com o tempo, as moedas foram trocadas por plaquinhas de
metal: os "taps".
Os africanos enfatizavam a dança de
formas diferentes, mas basicamente com os pés não criavam ritmos, pois dançavam
descalços com o pé inteiro no chão. O ritmo era baseado no batuque e assim
chegaram aos EUA, onde eram escravos e nas festas mantinham suas tradições.
Em suas festas tradicionais, como não
podiam tocar tambor, começaram a fazer mais ritmos corporais com as mãos, boca
e pés. Isso os deixou mais curiosos com as danças européias (Jig e Clog), às
quais eles já haviam assistido uma vez ou outra.
Em 1830, Thomas Rice, numa temporada de
verão em Kentucky, apresentou-se com um número inédito baseado na minuciosa
observação que teve de "Jim Crow", um dos negros que trabalhava para
o teatro. Crow tinha um caminhar desengonçado tanto pela sua idade avançada
como por uma forte rigidez muscular numa das pernas e nos ombros. Enquanto
trabalhava, costumava cantar uma canção e no final dava três pulinhos muito
dificultosos.
Partindo deste fato, Rice pintou o
rosto de preto, vestiu um macacão de carregador e, cantando a mesma canção
conhecida então por "Jump, Jim Crow", dançou improvisando saltos e
giros totalmente fora do convencional. O artista branco de cara negra começou a
despontar em massa pelos Estados Unidos dando origem aos famosos "Shows de
Menestréis".
A primeira troca efetiva de talentos
entre brancos e negros aconteceu em 1840, quando escravos recentemente livres e
imigrantes irlandeses recém chegados se espalharam por vários pontos de Nova
Iorque e, freqüentando os mesmos salões, começaram a trocar passos de
"Irish Jig" e dança africana.
Por volta de 1920, surgiu o Sapateado
Americano. O desenvolvimento de sua história começou com os negros, mas o auge
veio com as grandes produções do cinema entre 1930 e 1950, quando surgiram
grandes nomes como Gene Kelly, Fred Astaire , Ginger Rogers e Eleonor Parker.
O estilo adotado nos musicais é mais
dançado com o corpo, utilizando técnicas de ballet , os braços e combinações
tradicionais. No sapateado do negro americano, as batidas são mais rápidas, o corpo
fica mais à vontade, no estilo próprio de cada um.
Fred Astaire dançava os dois estilos de
uma maneira surpreendente e perfeita, altamente clássico e com a velocidade dos
negros.
Como tudo, o sapateado também evoluiu e
passou a ter outras formas. Savion, um dos maiores sapateadores do mundo, criou
uma nova forma de sapatear mais forte e mais ousada com seu swing e
musicalidade.
O sapateado também pode ser chamado de
instrumento de percussão, pois com batidas dos pés executam-se sons e melodias
rítmicas bem variadas e ricas.
O
sapateado é uma dança relaxante que não tem limite de idade, sexo e nem exige
grande esforço para principiantes.
06. Valsa
Dança de origem européia, surgiu na
Áustria e Alemanha, inspirada no minueto e no laendler, dança alemã campestre
antiga. A origem da palavra vem do alemão waltzen, que quer dizer dar voltas. É
uma dança de compasso ternário, com três andamentos, rápido, moderado e lento.
Quando a valsa apareceu, com seu ritmo
alegre e envolvente, caiu no gosto popular, mas as classes da aristocracia e da
alta sociedade a achavam imoral por ser dançada por pares entrelaçados, ficando
proibida por décadas. Em 1815, com a derrota de Napoleão Bonaparte, aconteceu
na Áustria o Congresso de Viena, uma reunião internacional com políticos e
nobres, para restabelecer o equilíbrio europeu. Sigismund Neukomm, músico
austríaco, encarregado da parte musical deste encontro, introduziu a valsa
nesta ocasião, passando então, a partir daí, a fazer parte de eventos que
ocorreram em palácios e tornando-se uma das danças mais apreciadas no mundo
ocidental.
Lindas e suaves melodias foram então
compostas. Entre outras surgiram: "Convite à Valsa", de Carl Maria
Von Weber, a valsa de Chopin para o balé "Las Sylphides", "Viúva
Alegre" de Franz Lehar e as famosas valsas vienenses de Strauss, como o
conhecido Danúbio Azul.
Em 1816, Neukomm chegou ao Brasil, onde
foi professor de harmonia e composição do Príncipe D. Pedro. Em seus arquivos
constam referências sobre as primeiras valsas compostas no país de autoria do
futuro Imperador do Brasil, D. Pedro I. Apesar de agradar a nobreza no Brasil,
a valsa logo se difundiu por todas as classes sociais, e fez sucesso não só na
música erudita mas também na popular e folclórica. Entre os compositores brasileiros
que se destacaram neste gênero temos: Villa Lobos, Carlos Gomes, Chiquinha
Gonzaga, Ernesto Nazaré, Pixinguinha, Tom Jobim e Chico Buarque, entre outros.
Atualmente a valsa sempre está presente
em bailes de formatura e casamentos.
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