IDADE CONTEMPORÂNEA
07. EXPRESSIONISMO
O
Expressionismo é a arte do instinto, trata-se de uma pintura dramática,
subjetiva, “expressando” sentimentos humanos. Utilizando cores irreais, dá
forma plástica ao amor, ao ciúme, ao medo, à solidão, à miséria humana, à
prostituição. Deforma-se a figura, para ressaltar o sentimento.
Predominância
dos valores emocionais sobre os intelectuais. Corrente artística concentrada
especialmente na Alemanhaentre 1905 e 1930.
Principais características:
* pesquisa no domínio psicológico;
* cores resplandecentes, vibrantes, fundidas
ou separadas;
* dinamismo improvisado, abrupto, inesperado;
* pasta grossa, martelada, áspera;
* técnica violenta: o pincel ou espátula vai e
vem, fazendo e refazendo, empastando ou provocando explosões;
* preferência pelo patético, trágico e sombrio
OBSERVAÇÃO: Alguns historiadores
determinam para esses pintores o movimento ”Pós Impressionista”. Os pintores
não queriam destruir os efeitos impressionistas, mas queriam levá-los mais
longe. Os três primeiros pintores abaixo estão incluídos nessa designação.
Principais
artistas:
Paul
Gauguin (1848-1903) - Depois de passar a infância no Peru, Gauguin voltou com
os pais para a França, mais precisamente para Orléans. Em 1887 entrou para a
marinha e mais tarde trabalhou na bolsa de valores. Aos 35 anos tomou a decisão
mais importante de sua vida: dedicar-se totalmente à pintura. Começou assim uma
vida de viagens e boemia, que resultou numa produção artística singular e
determinante das vanguardas do século XX. Sua obra, longe de poder ser
enquadrada em algum movimento, foi tão singular como a de seus amigos Van Gogh
ou Cézanne. Apesar disso, é verdade que teve seguidores e que pode ser
considerado o fundador do grupo Navis, que, mais do que um conceito artístico,
representava uma forma de pensar a pintura como filosofia de vida. Suas
primeiras obras tentavam captar a simplicidade da vida no campo, algo que ele
consegue com a aplicação arbitrária das cores, em oposição a qualquer
naturalismo, como demonstra o seu famoso Cristo Amarelo. As cores se estendem
planas e puras sobre a superfície, quase decorativamente.
No
ano de 1891, o pintor parte para o Taiti, em busca de novos temas, para se
libertar dos condicionamentos da Europa. Suas telas surgem carregadas da
iconografia exótica do lugar, e não faltam cenas que mostram um erotismo
natural, fruto, segundo conhecidos do pintor, de sua paixão pelas nativas. A
cor adquire mais preponderância representada pelos vermelhos intensos,
amarelos, verdes e violetas. Quando voltou a Paris, realizou uma exposição
individual na galeria de Durand-Ruel, voltou ao Taiti, mas fixou-se
definitivamente na ilha Dominique.
Obra Destacada: Jovens Taitianas
com Flores de Manga.
Paul
Cézanne (1839-1906) - sua principal tendência foi converter os elementos
naturais em figuras geométricas - como cilindros, cones e esferas – que se
acentuou cada vez mais, de tal forma que se tornaria impossível para ele
recriar a realidade segundo “impressões” captadas pelos sentidos.
Na
França de 1870, Cézanne era conhecido como um artista subversivo, de difícil
temperamento, que quebrou com a visão estereotipada de que a obra de arte tinha
de ser uma cópia da realidade.
Mais
do que reproduzir, Cézanne se preocupava em interpretar as cenas ao seu redor,
violando, literalmente, a realidade do objeto. A maioria dos seus quadros
transmite uma emoção, por vezes, considerada intragável pelos críticos da
época.
Colega
dos principais artistas do movimento impressionista francês como Renoir, Monet
e Degas, Cézanne diferenciava-se deles por sua técnica de construção rigorosa
que mais tarde evoluiria para as formas geométricas. Sua grande aspiração,
dizia, era “fazer do impressionismo algo sólido e durável como as artes dos
museus”. A autonomia da arte, tão bem divulgada por ele, foi a premissa básica
do Cubismo de Picasso e Braque que surgiria nos primeiros anos do século 20.
No
começo da carreira artística ele chocou o público pintando temas sensuais,
entre eles, “A Orgia” e a “Tentação de Santo Antão”, ambos pintados entre 1864
e 1868. Neste último o pintor destacava mulheres nuas com enormes nádegas As
pessoas para ele eram tidas como objetos, da mesma forma que maçãs e laranjas.
Retratar banhistas virou uma obsessão para o pintor. Irritava-se
com freqüência com os seus
modelos. “Por que você se mexe? Uma maça por acaso se mexe?", implicava.
Nos
diversos artigos que escreveu para os jornais da época, criticava o sistema
artístico estabelecido e enaltecia a arte dos pintores impressionistas, Zola
chamava Cézanne de o maior colorista do grupo. “As telas tão fortes e tão
vívidas podem até provocar risos nos burgueses, mas de qualquer forma indicam
os elementos de um grande pintor”, disse ele num artigo de 1877, publicado num
jornal de Marselha.
Não
conseguindo entrar na Escola de Belas Artes e tendo vários dos seus quadros
recusados no Grande Salão de Paris, Cézanne volta para Aix, onde se casa e tem
um filho. Passa os últimos 30 anos de sua vida, morando em diferentes cidades
do sul da França e indo eventualmente a Paris. Manteve, na década de 1880,
pouco contato com os pintores, entre eles Pisarro e Paul Gachet, artista
amador, que comprou várias de suas obras. Volta para Paris em 1874, por
insistência de Pisarro, para a primeira mostra coletiva dos pintores
impressionistas. As suas telas são as que mais despertam zombarias do público.
Tanto
na “A Casa dos Enforcados”, como na “Moderna Olympia”, exibidas no Grande
Salão, Cézanne já esboça a sua tendência às formas geométricas. Um exemplo do
seu perfeccionismo pelas formas pode ser expresso pelos seus 60 quadros acerca
do mesmo tema: o Monte Saint Victoire, próximo à Aix. Ele ficou quase 30 anos
aprimorando a “geometria” da montanha em aquarelas de traços retos e vigorosos
e ângulos quase perfeitos.
Em outubro de 1906, foi
surpreendido por uma tempestade em Aix, enquanto pintava no campo. Afetado por
uma congestão pulmonar, morreu uma semana depois.
Vicent
Van Gogh (1853-1890) - empenhou profundamente em recriar a beleza dos seres
humanos e da natureza através da cor, que para ele era o elemento fundamental
da pintura. Foi uma pessoa solitária. Interessou-se pelo trabalho de Gauguim,
principalmente pela sua decisão de simplificar as formas dos seres, reduzir os
efeitos de luz e usar zonas de cores bem definidas. Em 1888, deixou Paris e foi
para Arles, cidade do sul da França, onde passou a pintar ao ar livre. O sol
intenso da região mediterrânea interferiu em sua pintura, e ele libertou-se
completamente de qualquer naturalismo no emprego das cores, declarando-se um
colorista arbitrário. Apaixonou-se então pelas cores intensas e puras, sem
nenhuma matização, pois elas tinham para ele a função de representar emoções.
Entretanto ele passou por várias crises nervosas e, depois de internações e
tratamentos médicos, dirigiu-se, em maio de 1890, para Anvers, uma cidade
tranqüila ao norte da França. Nessa época, em três meses apenas, pintou cerca
de oitenta telas com cores fortes e retorcidas. Em julho do mesmo ano, ele
suicidou-se, deixando uma obra plástica composta por 879 pinturas, 1756
desenhos e dez gravuras. Enquanto viveu não foi reconhecido pelo público nem
pelo críticos, que não souberam ver em sua obra os primeiros passos em direção
à arte moderna, nem compreender o esforço para libertar a beleza dos seres por
meio de uma explosão de cores. Obras Destacadas: Trigal com Corvos e Café à
Noite.
Este
é um capítulo do filme "Sonhos" de Akira Kurosawa, onde o diretor
mostra um pouco das obras e da personalidade de Van Gogh. (vídeo de miccunha)
Toulouse-Lautrec
(1864-1901) - Pintava temas pertencentes à vida noturna de Paris, e também foi
responsável pelos cartazes das artistas que se apresentavam no Moulin Rouge.
Boêmio, morreu jovem.
Obra Destacada: Ivette Guilbert
que Saúda o Público.
Munch
(1863-1944) - foi um dos primeiros artistas do século XX que conseguiu conceder
às cores um valor simbólico e subjetivo, longe das representações realistas.
Seus quadros exerceram grande influência nos artistas do grupo Die Brücke, que
conheciam e admiravam sua obra. Nascido em Loten, Noruega, em 1863, Munch
iniciou sua formação na cidade de Oslo, no ateliê do pintor Krogh. Realizou uma
viagem a Paris, na qual conheceu Gauguin, Toulouse-Lautrec e Van Gogh. Em seu
regresso, foi convidado a participar da exposição da Associação de Berlim. Numa
segunda viagem a Paris, começou a se especializar em gravações e litografias,
realizando trabalhos para a Ópera. Em pouco tempo pôde se apresentar no Salão
dos Independentes. A partir de 1907, morou na Alemanha, onde, além de
exposições, realizou cenários. Passou seus últimos anos em Oslo, na Noruega.
Uma de suas obras mais importantes é O Grito (1889). O Grito é um exemplo dos
temas que sensibilizaram os artistas ligados a essa tendência. Nela a figura
humana não apresenta sua linhas reais, mas contorce-se sob o efeito de suas
emoções. As linhas sinuosas do céu e da água, e a linha diagonal da ponte,
conduzem o olhar do observador para a boca da figura que se abre num grito
perturbador. Perseguido pela tragédia familiar, Munch foi um artista
determinado a criar "pessoas vivas, que respiram e sentem, sofrem e
amam". Recusou o banal, as cenas interiores pacíficas, comuns na sua
época. A dor e o trágico permeiam seus quadros.
Kirchner
(1880-1938) - foi um dos fundadores do grupo de pintura expressionista Die
Brücke. Influenciado pelo cubismo e fauvismo, o pintor alemão deu formas
geométricas às cores e despojou-as de sua função decorativa por meio de
contrastes agressivos, com o fim de manifestar sua verdadeira visão da
realidade. Tendo concluído seus estudos de arquitetura na cidade de Dresden,
Kirchner continuou sua formação na cidade de Munique.
Pouco
tempo depois se reuniu com os pintores Heckel e Schmidt-Rottluf em Berlim, com
os quais, motivados pela leitura de Nietzsche, fundou o grupo Die Brücke (A
Ponte, numa referência à frase do escritor: “... a ponte que conduz ao super-homem”).
Veio então a época em que os pintores se reuniam numa casa de veraneio em
Moritzburg e se dedicavam apenas ao que mais lhes interessava: pintar. Dessa
época são os quadros mais ousados de paisagens e nus, bem como cenas circenses
e de variedades. Em 1914 Kirchner foi convocado para a guerra, e um ano depois
tentou o suicídio. Quando suas mãos se recuperaram do ferimento, voltou a
pintar ao ar livre, em sua casa ao pé dos Alpes. Quando finalmente sua
contribuição para a arte alemã foi reconhecida, foi nomeado membro da academia
de Berlim, em 1931, para seis anos mais tarde, durante o nazismo, ver sua obra
ser destruída e desprestigiada pelos órgãos de censura. Kirchner tentou mostrar
em toda a sua produção pictórica uma realidade de pesadelo e decadência.
Sensivelmente influenciado pelos desastres da guerra, seus quadros se
transformaram num amontoado neurótico de cores contrastantes e agressivas,
produto de uma profunda tristeza. No final de 1938 o pintor pôs fim à própria
vida. Suas obras mais importantes estão dispersas pelos museus de arte moderna
mais importantes da Alemanha.
Paul
Klee (1879-1940) - considerado um dos artistas mais originais do movimento
expressionista. Convencido de que a realidade artística era totalmente
diferente da observada na natureza, este pintor dedicou-se durante a toda sua
carreira a buscar o ponto de encontro entre realidade e espírito. A exemplo de
Kandinski, Klee estudou com o mestre Von Stuck em Munique. Depois de
uma viagem pela Itália, entrou em contato com os pintores da Nova Associação de
Artistas e finalmente uniu-se ao grupo de artistas do Der Blaue Reiter.
Em
1912 viajou para Paris, onde se encontrou com Delaunay, que seria de vital
importância para suas obras posteriores. Klee escreveu: "A cor, como a forma,
pode expressar ritmo e movimento". Mas a grande descoberta ocorreria dois
anos depois, em sua primeira viagem a Túnis. As formas cúbicas da arquitetura e
os graciosos arabescos na terracota deixaram sua marca na obra do pintor.
Iniciou uma fase de grande produtividade, com quadros de caráter quase
surrealista, criados, segundo o pintor, em cima de "matéria e
sonhos". Entre eles merecem ser mencionados Anatomia de Afrodite,
Demônios, Flores Noturnas e Villa R.
Depois
de lutar durante dois anos na Primeira Guerra, Klee juntou-se em 1924 ao grupo
Die vier Blauen, mas antes apresentou suas obras em Paris, na primeira
exposição dos surrealistas. Paralelamente, começou a trabalhar como professor
em Dusseldorf e mais tarde na escola da Bauhaus em Weimar. Em 1933, Klee
emigrou para a Suíça. Sua última exposição em vida aconteceu em Basiléia, em
1940. Além de sua obra pictórica, Klee deixou vários trabalhos escritos que
resumem seu pensamento artístico.
Amadeo
Modigliani (1884-1920) - iniciou sua formação como pintor no ateliê de Micheli,
em Livorno, sua cidade natal. Em 1902 entrou na Academia de Florença e um ano
mais tarde na de Veneza. Três anos depois se mudou para Paris, onde teve aulas
na academia de Colarossi. Nessa cidade travou conhecimento com os pintores
Utrillo, Picasso e Braque. Em 1908 participou do Salão dos Independentes e lá
conheceu Juan Gris e Brancusi. Produziu então suas primeiras esculturas
motivado pelas peças de arte africana chegadas à França das colônias. Esse
aspecto de máscara foi uma das constantes nos seus retratos e nus sensuais.
Modigliani teve em comum com os cubistas e expressionistas o distanciamento das
academias, a revalorização da cor e o estudo das formas puras. Sua visão tão
subjetiva dos seres humanos e a emotividade de suas cores o aproximam mais do
reduzido grupo de expressionistas franceses, composto por Rouault e Soutine. Apesar disso, pode-se muito bem dizer
que sua obra, elegante, recatada e ao mesmo tempo misteriosa, pertence,
juntamente com a dos mestres Cézanne e Van Gogh, para citar alguns, à dos
gênios solitários.
A HISTÓRIA DE DOIS AMIGOS
Van
Gogh conheceu Gauguin poucos meses antes, em Paris, e ficará fascinado com a
personalidade arrebatadora desse artista aventureiro que acabava de voltar do
Panamá e da Martinica com uns quadros cheios de luz e de vida primitiva, como a
que ele reclamava para contra balançar "a decadência do Ocidente".
Então pedira a seu irmão Theo que o ajudasse a convencer Gauguin que fosse à
Provença morar com ele. Ali, nessa casa amarela, fundariam uma comunidade de
artistas, da qual seriam os pioneiros. Gauguin a dirigiria e novos pintores
chegariam para integrar essa confraria ou comuna fraternal, onde tudo seria
partilhado, se viveria pela e para a beleza e não existiriam a propriedade
privada nem o dinheiro.
Os
dois meses que Van Gogh e Gauguin passaram em Arles, entre outubro e dezembro
de 1888, são os mais misteriosos de suas biografias. Véspera de Natal de 1888,
uma discussão no Café Estação, enquanto bebiam absinto, termina de modo
abrupto: o holandês lança sua taça contra o amigo, que mal se desvia dela. No
dia seguinte lhe comunica a intenção de mudar-se para um hotel, pois, lhe diz,
caso o episódio se repetisse, ele poderia reagir com igual violência e
apertar-lhe o pescoço. Ao anoitecer, quando está atravessando o Parque Victor
Hugo, Gauguin sente passos às suas costas. Volta-se e vê Van Gogh com uma
navalha na mão, que, ao se sentir descoberto, foge. Guaguin vai passar a noite
num hotelzinho próximo. Às 7 da manhã volta à Casa Amarela, em Arles e a
descobre rodeada de vizinhos e policiais. Na véspera, depois do incidente no
parque, Van Gogh havia cortado parte da orelha esquerda, levando-a, embrulhada
num jornal a Rachel, prostituta com quem Van Gogh saia, no bordel de madame
Virginie. Depois havia voltado ao seu quarto e ido dormir em meio a um mar de
sangue. Gauguin e os policias o transferem para o Hotel Dieu e Gauguin parte
para Paris na mesma noite.
Embora
nunca voltassem a ver-se, nos meses seguintes, enquanto Van Gogh permanecia um
ano inteiro no sanatório de Saint Rémy, os amigos de Arles trocaram algumas
cartas, nas quais o episódio da mutilação da orelha e suas experiências em
Arles primam pela ausência. 'Quando do suicídio de Van Gogh, um ano e meio
depois, com uma bala de revólver no estômago, em Auvers-sur-Oise, Gauguin fará
um comentário brevíssimo e ríspido, como se tratasse de alguém muito alheio a
ele ("Foi uma sorte para ele, o fim de seus sofrimentos."). E nos
anos seguintes evitará falar do holandês, como que assediado por um incômodo
permanente.
No
entanto, é óbvio que não o esqueceu, que essa ausência esteve muito presente
nos 15 anos de vida que lhe restavam, talvez de um modo que nem sequer foi
sempre consciente. Por que se empenhou em semear girassóis diante de sua cabana
em Punaauia, no Taiti, quando todo mundo lhe garantira que essa flor exótica
nunca havia conseguido aclimatar-se na Polinésia? Mas o "selvagem
peruano", como gostava de se chamar, era teimoso e pediu sementes a seu
amigo Daniel de Monfreid, e trabalhou a terra com tal perseverança que afinal
seus vizinhos indígenas e os missionários daquele lugar perdido, Punaauia,
puderam deleitar-se com aquelas estranhas flores amarelas que acompanhavam a
trajetória do Sol.
08. FOVISMO
Em
1905, em Paris, no Salão de Outono, alguns artistas foram chamados de fauves
(em português significa feras), em virtude da intensidade com que usavam as
cores puras, sem misturá-las ou matizá-las. Quem lhes deu este nome foi o
crítico Louis Vauxcelles, pois estavam expostas um conjunto de pinturas
modernas ao lado de uma estatueta renascentista.
Os princípios deste movimento artístico eram:
· Criar, em arte, não tem relação
com o intelecto e nem com sentimentos.
· Criar é seguir os impulsos do
instinto, as sensações primárias.
· A cor pura deve ser exaltada.
· As linhas e as cores devem
nascer impulsivamente e traduzir as sensações elementares, no mesmo estado de
graça das crianças e dos selvagens.
Características da pintura:
· Pincelada violente, espontânea
e definitiva;
· Ausência de ar livre;
· Colorido brutal, pretendendo a
sensação física da cor que é subjetiva, não correspondendo à realidade;
· Uso exclusivo das cores puras, como saem das bisnagas;
· Uso exclusivo das cores puras, como saem das bisnagas;
· Pintura por manchas largas,
formando grandes planos;
Principais Artistas:
MAURICE DE VLAMINCK (1876-1958), pintor francês, foi o mais autêntico fovista, dizia: "Quero incendiar a Escola de Belas Artes com meus vermelhos e azuis." Adotou mais tarde estilo entre expressionista e realista.
ANDRÉ
DERAIN (1880-1954), pintor francês, dizia: "As cores chegaram a ser para
nós cartuchos de dinamite." Por volta de 1900, ligou-se a Maurice de
Vlaminck e a Matisse, com os quais se tornou um dos principais pintores
fovistas.
Nessa
fase, pintou figuras e paisagens em brilhantes cores chapadas, recorrendo a
traços impulsivos e a pinceladas descontínuas para obter suas composições
espontâneas. Após romper com o fovismo, em 1908, sofreu influências de Cézanne
e depois do cubismo. Na década de 1920, seus nus, retratos e naturezas-mortas
haviam adquirido uma entonação neoclássica, com o gradual desaparecimento da
gestualidade espontânea das primeiras obras. Seu estilo, desde então, não
mudou.
HENRI MATISSE (1869-1954), pintor francês, Nas suas pinturas ele não se preocupa como realismo, tanto das figuras como das suas cores. O que interessa é a composição e não as figuras em si, como de pessoas ou de naturezas-mortas. Abandonou assim a perspectiva, as técnicas do desenho e o efeito de claro-escuro para tratar a cor como valor em si mesma. Dos pintores fovistas, que exploraram o sensualismo das cores fortes, ele foi o único a evoluir para o equilíbrio entre a cor e o traço em composições planas, sem profundidade. Foi, também, escultor, ilustrador e litógrafo.
RAOUL DUFY (1877-1953), pintor, gravador e decorador francês. Contrastes tonais e a geometrização da forma caracterizaram sua obra. Impressionista a princípio, evoluiu gradativamente para o fovismo, depois de travar contato com Matisse. Morreu um ano depois de receber o prêmio de pintura da bienal de Veneza.
HENRI MATISSE (1869-1954), pintor francês, Nas suas pinturas ele não se preocupa como realismo, tanto das figuras como das suas cores. O que interessa é a composição e não as figuras em si, como de pessoas ou de naturezas-mortas. Abandonou assim a perspectiva, as técnicas do desenho e o efeito de claro-escuro para tratar a cor como valor em si mesma. Dos pintores fovistas, que exploraram o sensualismo das cores fortes, ele foi o único a evoluir para o equilíbrio entre a cor e o traço em composições planas, sem profundidade. Foi, também, escultor, ilustrador e litógrafo.
RAOUL DUFY (1877-1953), pintor, gravador e decorador francês. Contrastes tonais e a geometrização da forma caracterizaram sua obra. Impressionista a princípio, evoluiu gradativamente para o fovismo, depois de travar contato com Matisse. Morreu um ano depois de receber o prêmio de pintura da bienal de Veneza.
09. CUBISMO
Historicamente
o Cubismo originou-se na obra de Cézanne, pois para ele a pintura deveria
tratar as formas da natureza como se fossem cones, esferas e cilindros. Para
Cézanne, a pintura não podia desvincular-se da natureza, tampouco copiava a
natureza; de fato, a transformava. Ele dizia: “Mudo a água em vinho, o mundo em
pintura”. E era verdade. Em suas telas, a árvore da paisagem ou a fruta da
natureza morte não eram a árvore e a fruta que conhecemos – eram pintura.
Preservavam-se as referências exteriores que as identificavam como árvore ou
fruta, adquiriam outra substância: eram seres do mundo pictórico e não do mundo
natural. Por isso, é correto dizer que Cézanne pintava numa zona limite, na
fronteira da natureza e da arte.
Entretanto,
os cubistas foram mais longe do que Cézanne. Passaram a representar os objetos
com todas as suas partes num mesmo plano. É como se eles estivessem abertos e
apresentassem todos os seus lados no plano frontal em relação ao espectador. Na
verdade, essa atitude de decompor os objetos não tinha nenhum compromisso de
fidelidade com a aparência real das coisas.
O
pintor cubista tenta representar os objetos em três dimensões, numa superfície
plana, sob formas geométricas, com o predomínio de linhas retas. Não
representa, mas sugere a estrutura dos corpos ou objetos. Representa-os como se
movimentassem em torno deles, vendo-os sob todos os ângulos visuais, por cima e
por baixo, percebendo todos os planos e volumes.
Principais características:
- geometrização das formas e volumes
- renúncia à perspectiva
- o claro-escuro perde sua função
- representação do volume colorido sobre superfícies planas
- sensação de pintura escultórica
- cores austeras, do branco ao negro passando pelo cinza, por um ocre apagado ou um castanho suave
Braque
e Picasso, seguindo a lição de Cézanne deram inicio à geometrização dos
elementos da paisagem. Braque enviou alguns quadros para o Salão de Outono de
1908, onde Matisse, como membro do júri, os viu e comentou: “Ele despreza as
formas, reduz tudo, sítios, figuras e casas, a esquemas geométricos, a cubos”.
Essa frase, citada por Louis Vauxcelles, em artigo publicado, dias depois, no
Gil Blas, daria o nome ao movimento.
O cubismo se divide em duas fases:
Cubismo Analítico -
(1909) caracterizado pela desestruturação da obra em todos os seus
elementos. Decompondo a obra em partes, o artista registra todos os seus
elementos em planos sucessivos e superpostos, procurando a visão total da
figura, examinado-a em todos os ângulos no mesmo instante, através da
fragmentação dela. Essa fragmentação dos seres foi tão grande, que se tornou
impossível o reconhecimento de qualquer figura nas pinturas cubistas. A cor se
reduz aos tons de castanho, cinza e bege.
Cubismo Sintético -
(1911) reagindo à excessiva fragmentação dos objetos e à destruição de sua
estrutura. Basicamente, essa tendência procurou tornar as figuras novamente
reconhecíveis. Também chamado de Colagem porque introduz letras,
palavras, números, pedaços de madeira, vidro, metal e até objetos inteiros nas
pinturas. Essa inovação pode ser explicada pela intenção dos artistas em criar
efeitos plásticos e de ultrapassar os limites das sensações visuais que a
pintura sugere, despertando também no observador as sensações táteis.
Principais
artistas:
Pablo Picasso -
(1881-1973) Tendo vivido 92 anos e pintado desde muito jovem até próximo à sua
morte passou por diversas fases: a fase Azul, entre 1901-1904, que representa a
tristeza e o isolamento provocados pelo suicídio de Casagemas, seu amigo, são
evidenciados pela monocromia e também a representa a miséria e o desespero
humanos; a fase Rosa, entre 1904-1907, o amor por Fernande origina muitos
desenhos sensuais e eróticos, com a paixão de Picasso pelo circo, iniciam-se os
ciclos dos saltimbancos e do arlequim. Depois de descobrir as artes primitivas
e africanas compreende que o artista negro não pinta ou esculpi de acordo com a
tendência de um determinado movimento estético, mas com uma liberdade muito
maior. Picasso desenvolveu uma verdadeira revolução na arte. Em 1907, com a
obra Les Demoiselles d’Avignon começa a elaborar a estética cubista que, como
vimos anteriormente, se fundamenta na destruição de harmonia clássica das
figuras e na decomposição da realidade, essa tela subverteu o sentido da arte
moderna com a declaração de guerra em 1914, chega ao fim a aventura cubista.
Podemos
destacar também o mural Guernica, que representa, com veemente indignação, o
bombardeio da cidade espanhola de Guernica pelos aliados alemães de Franco, em
abril de 1937, responsável pela morte de grande parte da população civil
formada por crianças, mulheres e trabalhadores.
Algumas das frases de Pablo
Picasso:
"A obra de um artista é uma
espécie de diário. Quando o pintor, por ocasião de uma mostra, vê algumas de
suas telas antigas novamente, é como se ele estivesse reencontrando filhos
pródigos - só que vestidos com túnica de ouro”.
"A Arte não é a verdade. A
Arte é uma mentira que nos ensina a compreender a verdade".
“Braque sempre disse que na
pintura só conta a intenção. É verdade. O que conta é aquilo que se faz. É isso
o importante. O que era afinal o mais importante no cubismo era aquilo que se
queria fazer, a intenção que se tinha. E isso não se pode pintar”.
“Nada pode ser criado sem a
solidão. Criei em meu redor uma solidão que ninguém calcula. É muito difícil
hoje em dia estar-se sozinho, pois existem relógios. Já alguma vez se viu um
santo com relógio?”
“Não sou nenhum pessimista, não
detesto a arte, pois não poderia viver sem lhe dedicar todo meu tempo. Amo-a
como a minha única razão de ser. Tudo que faço relacionado com a arte dá-me a
maior alegria. Mas por isso mesmo não vejo por que razão todo o mundo pretende
interrogar a arte, exigindo-lhe certificados, deixando correr livremente sua
estupidez em relação a este tema”.
Georges Braque -
(1882-1963, 81 anos) Foi um pintor e escultor francês que juntamente com Pablo
Picasso inventaram o Cubismo. Braque iniciou a sua ligação as cores, na empresa
de pintura decorativa de seu pai. A maior parte da sua adolescência foi passada
em Le Havre ,
mas no ano de 1889, mudou-se para Paris onde, em 1906, no Salão dos
Independentes, expôs as suas primeiras obras no estilo de formas simples e
cores puras (fovismo. No Outono de 1907, conheceu Picasso com quem se deu quase
diariamente até que em 1914 devido a Grande Guerra se separaram. Braque foi
mobilizado e ferido na cabeça em 1915, tendo sido agraciado com a Cruz de
Guerra e da Legião de Honra. Durante dois anos, devido ao ferimento esteve
afastado da pintura.
Juan
Gris (1887-1927), pintor espanhol que aderiu ao cubismo em 1912, era um homem
muito lúcido em cuja arte o fator racionalizante tinha grande peso. Por essa
razão, não conseguiu entregar-se totalmente à liberdade inventiva de Picasso e
Braque, mantendo seu cubismo preso a uma composição formal muitas vezes rígida
e fria. Não obstante, dá uma contribuição importante ao introduzir no cubismo
uma visão nova do espaço como espaço-tempo, ao decompor o objeto no plano,
buscando exprimir as várias etapas de sua apreensão no tempo.
Fernand
Léger (1881-1955) se desenvolveu o seu cubismo numa direção diferente de Braque
e Picasso. Se também ouviu a frase de Cézanne, que chamava a atenção para a
geometria contida nos objetos naturais, passou a pintá-los não como se fossem
cubos, mas como cilindros e cones, tal como se observa em seu quadro “Nus dans
la forêt” (1909-10). Léger nunca atingira o grau de abstração dos dois mestres
cubistas, Picasso e Braque.
De
origem modesta, de família de camponeses normandos, desde cedo se interessou
pelo desenho, o que o leva a Caen, capital da Alta Normandia, França, aos
dezesseis anos, onde trabalhou como aprendiz de arquiteto. Em 1900, mudou-se
para Paris, onde em um escritório de arquitetura e retoques fotográficos
trabalhou como desenhista. Reprovado no exame de ingresso da Escola de
Belas-Artes de Paris estudou na Escola de Artes Decorativas e na Academia
Julien; freqüentando ainda vários ateliês, entrando em contato com a arte de
Cézanne.
Aproxima-se
dos cubistas em 1909, conhecendo os poetas Apollinaire, Max Jacob, Blaise
Cendrars, os pintores Albert Gleizes, Robert Delaunay e, mais tarde, Georges
Braque e Pablo Picasso. Em 1911, expôs no Salão dos Independentes e, no ano
seguinte, participa da Section D’Or, e publica seu ensaio ‘Les origines de la
peinture contemporaine’, na revista Der Sturm. Em contato com o Cubismo, Léger
não aceitou sua representação exclusivamente conceitual, suas abstrações
curvilíneas e tubulares contrastavam-se com as formas retilíneas preferidas por
Picasso e Braque, e preconizavam uma aproximação às imagens orgânicas
surrealistas.
Robert
Delaunay (1885-1941), pintor francês o seu caminho no movimento cubista, o
levaria a uma redescoberta da cor e do ritmo espacial, que daria à sua pintura
algo de composição musical. Quando em 1912, pintou seus “Discos simultâneos”,
uma nova vertente surgiu no cubismo, à qual o poeta Apollinaire daria o nome de
orfismo. AS fontes da pintura de Delaunay são as mesmas de Braque, ou seja, a
lição cezanniana, que estão evidentes na séria de “Villes”, suas primeiras
telas cubistas. Nelas, ele abdica das cores vivas que marcaram sua pintura
anterior. Ele cria um novo repertório de signos (ou objetos figurativos). Como
Léger, ele chega rapidamente a uma linguagem abstrata, que se aproxima do
decorativo, mas de que ele se afasta imprimindo em sua pintura a preocupação de
expressar o dinamismo da vida moderna. A partir de 1912, Delaunay recorre à cor
como seu meio de expressão. Interessa-se pela lei dos contrastes simultâneos de
Chevreul, que servirá de pretexto para suas “frases cromáticas” e outras obras,
fundadas na exploração daqueles contrastes.
DESDOBRAMENTOS DO CUBISMO NO BRASIL
Dos artistas
brasileiros destacamos:
Tarsila do Amaral - (1886
- 1973) Aluna de seu amigo Fernand Léger por apenas algumas semanas em outubro
1923, Tarsila absorveu do mestre sua característica síntese geométrica. Também
próxima de outro cubista, este mais militante, Gleizes, com ele a pintora
paulista aprendeu a estruturar o quadro, sem figuração, não planos ou recortes
de figuras dispostas, mas planos interligados, integrados. Ao contrário da
experiência relâmpago com Léger, a passagem pelo ateliê de Gleizes foi mais
duradoura e marcante na sua obra posterior. De volta do Brasil, em dezembro de
1923, dá entrevista ao Correio da Manhã em que se autodenomina uma pintora
cubista “movimento que nasceu com a fragmentação da forma”. Era, pois, a
continuação do impressionismo “a fragmentação da cor”. “Estou ligada a esse
movimento que tem produzido efeitos nas indústrias, no mobiliário, na moda, nos
brinquedos, nos 4 mil expositores do Salão de Outono e dos Independentes”,
disse ela ao jornal em reportagem publicada no dia de Natal.
Apesar de não ter exposto na
Semana de 22, colaborou decisivamente para o desenvolvimento da arte moderna
brasileira, pois produziu um conjunto de obras indicadoras de novos rumos. Em
1923, quando esteve na Europa manteve contato com artistas europeus, além de
Léger, Picasso, De Chirico e Brancussi. Em 1928, deu início a uma fase chamada
Antropofágica. A essa fase pertence a tela Abaporu cujo nome, segundo a
artista é de origem indígena e significa “Antropófago”. Também usou de temática
social nos seus quadros como na tela Operários.
Rego Monteiro
- (1899-1970) Fez grandes obras pós-cubistas. Uma de suas mais famosas é
“Mulher Diante do Espelho”, de 1922. “Minha pintura não poderia existir antes
do cubismo, que me legou as noções de construção, luz e forma”, disse Monteiro
certa vez. Morando em Paris desde 1911 (chegou lá com 12 anos), participou
efetivamente de seu ambiente artístico e se tornou membro do Salon dês
Indépendants, onde expôs diversas vezes. Em meados da década de 20, o pintor
foi convidado a integrar o famoso Grupo da Galeria L’effort Moderne, de Léonce
Rosenberg, que reunia a “trinca de ouro do cubismo” (Picasso, Braque e Gris),
mais Gleizes, Metzinger, Léger, Herbin e Severini. Voltou ao Brasil em 1933,
aos 34 anos.
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CUBISMO: O VERDADEIRO INICIO DA
ARTE CONTEMPORÂNEA
De
fato, do cubismo nasceu a arte geométrico-construtiva, uma vez que nele se
inspirou Piet Mondrian para criar o neoplasticismo, de que derivaria a arte
concreta, a arte neoconcreta brasileira e a optical art; o papier collé,
introduzido nos quadros cubistas por Braque e Picasso, estão na origem das
colagens de Kurt Schwitters que, mais tarde, com seus merzbilder, criaria as
primeiras ‘instalações’; também, através de Picabia e Duchamp, que aderiram ao
cubismo, dá origem ao dadaísmo e ao futurismo, movimentos que tiveram grande
influência do desenrolar da arte moderna, principalmente o primeiro, inspirador
da arte pop americana. O cubismo influiu sobre as vanguardas russas do começo
do século, desdobrando-se ali no suprematismo, de Malevitch, no construtivismo,
Pevsner e Gabo, bem como nos contra relevos de Tatlin e Rodchenko. Deve-se
acrescentar ainda a antecipação, ali verificada, da arte objeto, uso de novos
materiais e a reciclagem dos chamados objetos do cotidiano, de que são exemplos
as ‘esculturas’ (bandolins, guitarras, etc.) construídas por Picasso por volta
de 1911 e 12.
Em
face de tão raro fenômeno, cabe perguntar por que teve o cubismo papel tão
decisivo e fecundador a arte do século 20. A resposta está obviamente na
natureza desse movimento, nos fatores que o engendraram, na nova atitude em
face a arte, adotada pelos seus dois protagonistas, o espanhol Pablo Picasso e
o francês Georges Braque.
De
nenhum movimento artístico é possível dizer em que data exata nasceu, uma vez
que se trata de um processo, de uma síntese de fatores convergentes que vão aos
poucos ganhando corpo e se definindo. Com o cubismo não foi diferente. Críticos
e historiadores, na sua maioria, admitem que dois fatores mais importantes que
determinaram o nascimento do cubismo foram, de um lado, a influência de Cézanne
sobre Braque e, de outro, a descoberta da escultura negra por Picasso.
Naturalmente, a ação desses fatores foi estimulada esgotamento da linguagem
impressionista. Assim, o sentido de construção formal, comum à pintura de
Cézanne e à escultura negra, forneceu aos jovens Braque e Picasso as armas
necessárias para agirem à linguagem invertebrada do impressionismo agonizante.
Deve admitir, com Guillaume Apollinaire, que o fauvismo de André Derain e Henri
Matisse já havia aberto o caminho para uma arte mais construída e menos sujeita
à imitação do mundo exterior. O pontilhismo de Seurat, por sua objetividade
construtiva, também de algum modo preparou o terreno para a mudança futura. Mas
nem um nem outro tocava no cerne da questão que deflagrou a reviravolta
estética promovida pelo cubismo.
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