A palavra
teatro vem do grego theatron, que significa "lugar aonde se vai ver".
O teatro é talvez uma das artes mais complexas, pois exige a participação de
vários tipos de profissionais para sua realização, como o dramaturgo (autor da
peça), os atores, o diretor, o cenógrafo, o figurinista, o iluminador e, muitas
vezes, quando é uma peça musical, exige um compositor, músicos, coreógrafos e
bailarinos. Através do teatro tem-se a oportunidade de conhecer e confrontar
culturas em momentos históricos diferentes.
Teatro Grego
O teatro
nasceu na Grécia antiga, já no século VII a.C.. Os gregos cantavam e dançavam
nas festas em honra a Dionísio, deus do vinho e da fertilidade. A referência
mais antiga do teatro grego é de 534 a.C., quando teve início um concurso de
tragédias em Atenas, cujo vencedor foi Téspis, o mais antigo ator e dramaturgo
conhecido. Téspis foi um poeta trágico grego que, segundo a tradição ateniense,
foi o criador da tragédia grega. Também é atribuída a ele a invenção do
prólogo, a idéia de separar os intérpretes do resto do coro, assim como o uso
de máscaras. Diz-se que possuía uma carroça, que lhe servia como palco e saía
pelos povoados representando suas obras.
O século V
a.C. foi o período mais importante do antigo teatro grego; nesta época
encenavam-se tragédias nas celebrações anuais religiosas e cívicas chamadas
dionísias. Os gregos montavam suas peças no teatro de Dionísio, que tinha a
capacidade para 14 mil pessoas. A tragédia grega era de origem religiosa e por
isso se apresentava solene, poética e filosófica. Quase todos se baseavam em
mitos e se constituíam de episódios dramáticos separados por odes. Estes
episódios eram representados por poucos atores, no máximo três, que usavam
máscaras para melhor expressar a natureza dos personagens, e um coro dançava e
cantava as odes, com acompanhamento musical. Os homens desempenhavam os papéis
femininos e o mesmo ator representava vários personagens. O dramaturgo
normalmente encenava suas próprias peças, um homem rico, chamado corego,
fornecia o dinheiro necessário para ensaiar e vestir o coro. As tragédias gregas foram escritas por
Ésquilo, Sófocles e Eurípedes.
Todo autor que
participava dos concursos das dionísias era obrigado a apresentar três
tragédias e um drama satírico, que era uma paródia pequena sobre um mito grego.
No drama satírico, o coro era formado por atores que desempenhavam o papel de
sátiros, criaturas míticas que eram metade homem e metade animal. Cíclope, de
Eurípedes, é o único drama satírico completo que existe; trata-se de uma
paródia do encontro de Ulisses com o monstro Cíclope.
Os autores
gregos não combinavam tragédia e comédia numa só peça. A comédia antiga grega,
do século V a.C., era franca e sem pudor. A palavra comédia vem do grego,
komoidia, que significava folia, divertimento. As únicas comédias antigas que
existem hoje são de Aristófanes que combinava sátira social e política com
fantasia, farsa e poesia lírica.
Após o século
V a.C., a tragédia entrou em declínio; a comédia porém, continuou bastante
forte, mas mudou tanto que depois de 338 a.C., as peças escritas foram chamadas
de comédia nova. Ela tratava dos problemas domésticos da burguesia de Atenas,
as intrigas particulares substituíram a sátira política e social da comédia
antiga. O autor mais popular desta época foi Menandro, do qual sobreviveu
apenas uma peça, O Misantropo.
Teatro Romano
Após o século
II a.C., o teatro grego entrou em declínio e a liderança artística passou para
Roma. As peças eram inspiradas nas obras gregas e influenciaram autores
posteriores. O teatro mais popular era a comédia, mas também tinham grande
aceitação as farsas curtas, chamadas mimos, cujo enredo girava em torno de
interesses comuns e as pantomimas, onde um único ator representava histórias em
silêncio, acompanhado pela narração de um coral e por música. Os teatros
romanos eram adaptações dos teatros gregos, o governo e cidadãos ricos
financiavam os espetáculos que eram gratuitos.
Entre os
autores da tragédia romana, apenas as obras de Lúcio Sêneca são conhecidas
atualmente. Sêneca instituiu peças em cinco atos, empregava uma linguagem
elaborada e floreada, usava ritos mágicos e de fantasmas e o tema vingança
estava sempre presente em seus temas.
Todas as
comédias romanas eram adaptações da comédia nova grega. O enredo girava em
torno de mal-entendidos baseados em identidades trocadas, filhos que enganavam
os país e intrigas humorísticas inventadas por escravos espertos. Embora não
houvesse um coro, havia canções e acompanhamento musical. Dois autores se
destacaram: Plauto com peças cheias de comicidade própria da farsa e Terêncio
com histórias sentimentais e sofisticadas.
Em 27 a.C., o
teatro romano entrou em declínio, as formas dramáticas menores e os espetáculos
de lutas tornaram-se mais populares do que a tragédia e a comédia. No século V
d.C., com o poder crescente da Igreja e as invasões bárbaras, decretou-se o fim
do teatro romano.
Teatro Asiático
China | Índia | Japão | Tailândia
O teatro
asiático evoluiu independentemente do teatro europeu. Somente no século XIX os
autores ocidentais tomaram conhecimento do teatro oriental e começaram a
inspirar-se em sua herança extremamente rica.
Teatro Chinês
O teatro
chinês deve ter se originado das antigas cerimônias com canto, dança e mímica,
realizadas nos templos budistas por sacerdotes. Os contadores de histórias
profissionais tornaram-se comuns no século VIII, mas só no século XIX surgiram
representações dramáticas. O primeiro teatro chinês formal apareceu durante a
dinastia Yang (1280-1368). A partir do século XIX, a Ópera de Pequim tornou-se
a principal forma dramática. O palco chinês é simples e permite mudanças
rápidas do local da ação; elas são indicadas pelo diálogo, por ações ou objetos
simbólicos. O ator é o elemento principal do teatro chinês, sempre vestido com
figurinos ricos e coloridos.
Teatro Indiano
O teatro hindu
é um dos mais antigos do mundo, deve ter se iniciado entre 200 a.C. e 200 d.C,
quando o sábio Bharata escreveu um ensaio que fixava as tradições da dança, do
teatro, da maquiagem, dos trajes e da representação. Na metade do século IV, já
existia uma rica dramaturgia em língua sânscrita. Estas peças eram poemas
épicos que tinham como objetivo produzir harmonia e apresentar um final feliz.
As mais importantes das peças conhecidas são "A Pequena Carroça de Barro"
(século IV) e "Sakuntala" (século IV ou V).
Teatro Japonês
As duas formas
teatrais mais famosas japonesas são nô e o kabuki. O primeiro era um teatro
nobre em que participavam poucos atores; seus movimentos eram lentos e usavam
máscaras para indicar seus papéis; um coro canta grande parte da história, ao
som de flauta e de tambores.
O Kabuki é uma
palavra que quer dizer cantar (Ka), dançar (Bu) e representar (Ki), isto é, uma
junção de três ideogramas. Esta forma teatral japonesa ,criada por Okumi, uma
grande dançarina, é a mais popular no Japão.
Existe também
o Bunraku, um teatro de marionetes, e o kiogen, que são peças curtas
apresentadas para tornar mais vivas as apresentações do nô .
Teatro Tailandês
O teatro
tradicional tailandês se apresenta à base de danças e exibe cinco estilos. O
Khon é o mais conhecido, com espetáculos maravilhosos. Tradicionalmente utiliza
belas máscaras, pois no passado era interpretado somente por homens, com raras
participações femininas, as quais faziam parte do harém pessoal do Rei. No
passado, o drama Khon era apresentado somente na corte, em ocasiões especiais
como casamentos, aniversários, funerais etc. Entretanto, hoje em dia, essas
apresentações são abertas ao público em geral e acontecem no Teatro Nacional de
Bangkok ou no Teatro Real Chalermkrung.
O drama Khon,
comumente conhecido como "interpretação-mascarada", envolve
performances compostas de canto, dança, interpretação, acrobacia e lindas
músicas tocadas por xilofones, flautas, sinos, gongos, tambores e oboés. Os
movimentos das mãos e do corpo são muito graciosos e significam diferentes
emoções. Os atores precisam treinar muita expressão corporal. Há ainda um coro
atrás do palco que atua nas narrativas e diálogos devido ao uso das expressivas
máscaras Khon.
O Lakhon, a
clássica dança tailandesa, executa histórias populares de diversos temas
representados por homens e mulheres em qualquer lugar. No passado, o Lakhon Nai
era somente apresentado no Palácio Real por mulheres e o Lakhon Nok
representado por mulheres e homens em espaços públicos.
O Likay
constitui uma mistura de folclore e a clássica música tailandesa, encenando
histórias e lendas populares com um elenco itinerante de cantores, músicos,
bailarinos e malabaristas. O vestuário e a maquiagem são espetaculares.
Apresentam-se em diversos festivais.
O Nang Talung
é o teatro de sombras. As marionetes são fabricadas com pele de búfalo e contam
histórias clássicas e populares.
O Nang Talung
é o teatro de sombras. As marionetes são fabricadas com pele de búfalo e contam
histórias clássicas e populares.
Finalmente o Lakhon Lek ou Huan Lung também é de marionetes,
porém grande e feita de papel koi e bambu. Os temas são histórias populares ou
versões thai do épico indiano Ramayana. Antigamente essas apresentações eram
reservadas para a Família Real Tailandesa.
Teatro Medieval
No século VI
d.C., o Estado parou de financiar o teatro, por isso só mímicos e saltimbancos
se apresentavam durante a Idade Média. As peças escritas não eram mais
representadas, mas somente estudadas por ordens religiosas. O renascimento do
teatro começou no século X, e pequenas peças representando fatos bíblicos eram
encenadas no interior das igrejas pelos padres como parte do culto católico. A
partir do século XIII, as representações passaram a serem feitas do lado de
fora das igrejas. No século seguinte, os atores não eram mais os religiosos e o
idioma local substituiu o latim. Esse tipo de representação se chamava
semilitúrgico e deu origem a três gêneros teatrais: os mistérios, os milagres e
as moralidades. Os mistérios baseavam-se na Bíblia, as peças eram escritas em
verso e muitas delas tinham várias passagens cômicas. As encenações eram feitas
na rua sobre um grande palco. Os milagres dramatizavam a vida dos santos. As
moralidades eram mais elaboradas, as peças religiosas evoluíram para
espetáculos de leigos (não religiosos) realizados por companhias de atores
profissionais. O teatro leigo abrangia farsas que se baseavam em contos
populares e interlúdios que eram sátiras apresentadas em banquetes ou festas. O
teatro medieval enriqueceu bastante a arte cênica, e vários detalhes ganharam
importância como a iluminação e figurinos mais luxuosos.
Teatro Italiano
Commedia de´ll Arte
O Renascimento
estendeu-se também ao teatro, e pela primeira vez as peças clássicas foram
estudadas como teatro e não como literatura. O Renascimento possibilitava a
emancipação da arte em relação à religião e começaram a surgir companhias de
teatro. As peças eram encenadas em pequenos teatros particulares para a
aristocracia, onde os atores eram em geral cortesãos. Havia três tipos de
peças: a comédia, a tragédia e o drama pastoral, e este tinha como tema
histórias de amor entre deusas dos bosques e pastores em ambientes rurais.
Estes três tipos de peças tinham pouco valor artístico, mas são importantes do
ponto de vista histórico porque representavam a evolução de um teatro medieval
para um outro tipo de teatro com maior controle do enredo. O primeiro autor
cômico italiano foi Ludovico Ariosto, cujas peças são consideradas como as que
deram início ao teatro italiano; já a primeira tragédia é de autoria de
Giangiorgio Trissino, que se inspirou nos gregos.
Intermezzo foi
uma outra forma de espetáculo que surgiu dos divertimentos da corte. Era
encenado entre os atos das peças teatrais, falava sobre personagens mitológicos
e figuras da época e dava oportunidade para apresentação de cenários e roupas
diferentes. Aos poucos o intermezzo foi absorvido pela ópera, que tinha surgido
um pouco antes e se tornou em 1650 a forma dramática preferida na Itália.
A Commedia
de´ll Arte era o nome dado a certas comédias italianas em que os atores
improvisavam o diálogo à medida que representavam. A commedia era encenada por
atores profissionais que se apresentavam tanto em simples estrados nas feiras
como em palcos da corte. Os personagens eram figuras típicas como o Arlequim, o
Criado, o Doutor, o Capitão, a Colombina, a Noiva, o Pai da Noiva e o Herói. A
Commedia de´ll Arte representou uma força viva no teatro até meados do século
XVII e continuou a ser encenada até o fim do século XVIII.
Do final do
século XVIII em diante, os melhores autores dramáticos italianos dedicaram-se a
óperas, com exceção de Luigi Pirandello, o autor italiano mais importante do
século XX. Outro dramaturgo importante foi Ugo Betti.
Teatro Inglês
A Reforma
mudou a história do teatro; o uso do idioma nacional passou a se usado em vez
do latim, surgindo então o teatro nacional. Os espetáculos da Inglaterra foram
os primeiros a alcançar um alto nível de qualidade. O teatro elisabetano,
surgiu no reinado de Elizabeth I, suas peças tiveram origem nos interlúdios
encenados pelos atores itinerantes e nas peças de inspiração clássica ensinadas
nas escolas. Entre os autores desta época estão: Thomas Kyd, Christopher
Marlowe e John Lyly. A maior figura do teatro elisabetano foi William
Shakespeare que, como os outros autores, se inspirava na ficção, nas histórias,
nos mitos e em peças de autores que o antecederam. Introduziu poucas novidades
em suas obras, mas aperfeiçoou a técnica dramática, tornando sua poesia
inigualável.
O teatro
Stuartiano corresponde aos reinados de Jaime I e Carlos I, da casa de Stuart,
no século XVII. Seus autores se tornavam menos interessados nos problemas
morais e mais preocupados em narrar histórias emocionantes, com final feliz.
Este tipo de peça chamado de tragicomédia ganhou grande popularidade. Quando
Carlos I foi deposto, os espetáculos teatrais foram proibidos e em 1642 os
teatros foram fechados, encerrando-se o período mais rico do teatro inglês.
Entre os autores desta época destacam-se Francis Beaumont e John Fletcher.
Em 1660 o
teatro inglês voltou à vida, mas mostrou algumas mudanças: o público popular
foi substituído por platéias aristocráticas e o modelo italiano passou a ser
imitado. Este período, chamado de Restauração, tornou-se conhecido por comédias
de costumes, que satirizavam a classe dominante e pelos dramas heróicos, que
tratavam de conflitos entre o amor e a honra. No século XVIII, o teatro inglês
foi dominado pela comedia sentimental, representada por Richard Steele, e um
outro gênero importante foi a tragédia doméstica que substituiu os nobres das
tragédias antigas por personagens burgueses. Seu principal representante foi
George Lillo.
No fim do
século XVIII e início do século XIX, surgiu na Europa o estilo romântico.
Muitos poetas ingleses românticos, como Lorde Byron, escreveram peças, mas
poucas foram montadas.
O espírito
realista influenciou os autores ingleses do final do século XIX. Oscar Wilde
compôs comédias com diálogos vivos e brilhantes. Bernard Shaw escreveu ficção,
crítica, tratados políticos e mais de 50 peças.
Na década de
1950 o teatro inglês foi renovado por um grupo de jovens autores, entre os
quais se destaca John Osborne com peças realistas de denúncia.
Entre os novos
dramaturgos ingleses destacam-se William Golding, Tom Stoppard e Harold Pinter.
Teatro Espanhol
O período de
ouro do teatro espanhol aconteceu entre meados do século XVI e o final do
século XVII. O teatro tornou-se um meio importante para o ensino religioso.
Suas peças a princípio assemelhavam-se às do restante da Europa, mas depois assumiram
características próprias. As peças religiosas chamavam-se autos sacramentais e
reuniam características dos mistérios e das moralidades; seus autores buscavam
inspiração em fontes religiosas e leigas e as adaptavam para difundir o ensino
religioso. A cidade de Madri em 1550 tornou-se responsável pelas encenações.
Eram apresentados em carros com tablados decorados com cenários que eram
levados pelas ruas a locais onde o público se reunia. Havia também um outro
carro vazio que servia de palco. Com o passar do tempo esses carros foram
fixados nas praças. Os autos eram encenados por profissionais, mas mantinham
seu conteúdo religioso e sua relação com a Igreja. Representavam também farsas
curtas com danças, que compunham o lado leigo das encenações, que aos poucos
passaram a dominar as representações. Em 1765 as autoridades religiosas
proibiram os autos em virtude dos conteúdos apresentados.
O primeiro
teatro permanente da Espanha foi inaugurado em Madri em 1579. Foi Lope de
Rueda, autor, ator e produtor que criou o teatro profissional espanhol. Os dois
grandes autores da época de ouro do teatro espanhol foram Lope de Veja e
Calderon de la Barca.
Na época to
teatro moderno, entre os dramaturgos do século XIX destaca-se Garcia Gutierrez
e no século XX o grande poeta Garcia Lorca.
Teatro Francês
As raízes do
teatro francês vieram das peças religiosas medievais, e eram encenadas por
leigos ou confrarias. O mais importante grupo desta época foi a Confrérie de la Passion , que se fixou num
teatro permanente e durante muito tempo em Paris. Só este grupo estava autorizado a montar
peças. Alguns anos mais tarde, já no século XVII, este teatro passou a ser
alugado para companhias profissionais. Quando as teorias do neoclassicismo
chegaram à França, surgiu um movimento que foi chamado classicismo francês.
Este movimento tinha quatro princípios básicos: a tragédia e a comédia eram os
únicos tipos de peças legítimas e não podiam sofrer nenhuma influência; as
peças deviam passar uma mensagem moral de uma maneira agradável; os personagens
deviam ser tipos universais e por último, a ação devia passar num mesmo lugar e
num período de 24 horas. Os meios mais cultos aceitaram estes ideais clássicos
desde o fim do século XVII, mas só foram firmados nos teatro a partir de 1630.
Pierre Corneille foi o autor mais ligado ao surgimento do teatro clássico na
França. Racine e Molière foram os outros grandes autores desta época. No final
do século XVII, o teatro francês entrou em declínio. Com o
aparecimento do romantismo, o teatro francês triunfou com a montagem de
"Hernani", de Victor Hugo, em 1830. Esta peça tem como tema o
conflito entre o amor e a honra, narrado em vigorosos versos. O teatro
romântico francês empregava artifícios como disfarces e escapadas. O melhor
dramaturgo romântico foi Alfred de Musset, que explorou o lado psicológico de
seus personagens.
O realismo
surgiu na França, na década de 1850, representado pelas peças de Eugène Scribe.
Os personagens e as idéias dessas peças eram superficiais, mas o enredo era bem
construído. Alexandre Dumas Filho foi um dos primeiros autores que dramatizaram
problemas sociais sérios. Após o realismo surgiu o naturalismo. Seus seguidores
achavam que o teatro devia apresentar o comportamento humano de acordo com leis
científicas, e seu principal representante foi Emile Zola. O simbolismo do
teatro nasceu na França, na década de 1880, e seu principal dramaturgo foi
Maurice Maeterlinck.
No período
entre as guerras, Jean Giraudoux foi o dramaturgo francês mais influente. Paul
Claudel tornou-se famoso por suas peças religiosas, escritas em verso e Jean
Anouilh defendeu em seu teatro a pureza da juventude. O Teatro do Absurdo foi o
movimento teatral mais importante do pós-guerra, surgiu na França na década de
1950, sob a influência das obras do filósofo Jean Paul Sartre; entre os
dramaturgos franceses destacam-se Samuel Beckett e Eugène Ionesco.
Teatro Alemão
Durante os
séculos XVI e XVII, desenvolveu-se na Alemanha um teatro popular muito
elementar, tendo muito pouco destaque até 1725. No final do século XVIII, todos
os estados alemães possuíam seus teatros e logo os autores alemães foram
reconhecidos como os melhores da Europa. Foi quando se estabeleceu na Alemanha
um movimento romântico muito rico. Dois dramaturgos, Johann Wolfgang von Goethe
e Friedrich von Schiller, escreveram peças em estilo romântico. Após a derrota
da Alemanha diante das tropas de Napoleão em 1806, os alemães voltaram seu
interesse para o passado e esta atitude é mostrada nas obras de Heinrich von
Kleist e Georg Büchner. Entre 1910 e 1925, o expressionismo tornou-se forte na
Alemanha, seus artistas acreditavam que o espírito humano dava forma à
realidade e que a aparência só importava se refletisse uma visão interior. As
peças tinham diálogos curtos e os cenários e figurinos eram distorcidos, era um
teatro de angústia que exprimia as inquietações dos autores desta época, quando
merece destaque Georg Kaiser. Na década de 1920, o teatro retratou o
descontentamento que surgiu no mundo depois da I Guerra Mundial. Os autores
analisavam em suas peças os males da política e da sociedade, e seus objetivos
eram colocar os expectadores na realidade social da época. O dramaturgo alemão
Bertold Brecht foi o expoente máximo deste gênero de teatro chamado de épico.
Um dos mais importantes dramaturgos alemães do século XX é Heiner Muller que
foi um continuador da obra de Brecht. Entre os autores alemães contemporâneos,
Marius von Mayenburg é um dos mais famosos, tendo suas obras encenadas em
vários países da Europa.
Teatro Português
A referência
mais antiga de manifestação teatral portuguesa data da Idade Média, no ano de
1193. Tratava-se do arremedilho, representado na corte. Arremedilho é um tipo
primitivo de teatro satírico composto de mímica e falas engraçadas, eram
apresentações realizadas para aldeões e camponeses reunidos em praças públicas
em ocasiões festivas. Teve seu período de sucesso nos séculos XIII e XIV, mas
com a invenção da imprensa, o arremedilho entrou em declínio. Outra
categoria dramática desta época eram os momos, nos quais tomavam parte os
fidalgos, pajens e às vezes o próprio rei. Da apresentação fazia parte a
mímica, dança e partes recitadas. Com os autos de Gil Vicente teve início o
teatro literário português. Auto é o nome que se dava a todas as composições
dramáticas não importando seu gênero ou número de atos. A obra de Vicente se
dividia em três grupos: farsas, comédias e moralidades, de inspiração
religiosa. O teatro renascentista português teve inicio com Sá de Miranda com
as comédias "Os Estrangeiros" e os "Vilhalpandos". A
António Ferreira deve-se a autoria da obra prima do teatro clássico de Portugal
"Inês de Castro". Com a dominação espanhola e a vinda de suas
companhias teatrais, os autores portugueses sofreram tanta influência que
passaram a escrever em
espanhol. Em 1825 teve início o nascimento do romantismo
português, onde se destacou o dramaturgo Garrett. Em fins do século XIX, chegou
o realismo e teve em D. João
da Câmara um dos seus mais autênticos dramaturgos. Nas primeiras décadas do
século XX e durante 40 anos, devido à ditadura, houve uma grande censura
primeiramente nos textos e depois nos espetáculos, passando então o teatro
português por uma fase obscura e somente com a Revolução de 1974 teve início um
difícil recomeço. Formaram-se muitas companhias e outras antigas foram
reorganizadas. Apesar de pouco apoio, estas companhias conseguiram se
consolidar no meio artístico. Em meados de 1980, surgiu uma nova geração
teatral que tinha em comum a encenação, a preocupação com a linguagem e imagem
e o carisma dos atores. Na década seguinte se multiplicaram festivais de teatro
e apresentações de companhias estrangeiras. Bernardo Santareno é um dos
destaques da nova geração teatral portuguesa.
Teatro Norueguês
Autógrafo de
Ibsen no manuscrito de sua peça: "A Casa de Bonecas"
Na Noruega, a arte teatral é relativamente nova. O mais
antigo teatro foi construído em 1850, enquanto que o primeiro teatro nacional
só foi edificado 50 anos depois na cidade de Oslo. Atores e diretores
noruegueses por muito tempo buscaram sua inspiração nos ingleses e americanos.
O desenvolvimento do teatro realista deveu-se principalmente à influência de
Henrik Ibsen, o primeiro dramaturgo importante da Noruega. Ibsen é considerado
por muitos o fundador do teatro moderno. Depois de Ibsen surgiu uma nova
geração de autores teatrais noruegueses, que fornecem obras não só para o
teatro como também para o cinema e televisão, como Cecilie Loveid e Jon Fosse.
Teatro Russo
Originalmente
o teatro russo foi inspirado em festas folclóricas, e companhias de camponeses
se apresentavam para escravos e nobreza, viajando de cidade em cidade. Entretanto ,
o teatro profissional só chegou à Rússia bem mais tarde do que em outros países
da Europa. Neste começo, recebeu influências estrangeiras, nos anos de 1600,
atores e diretores alemães, franceses e italianos eram convidados para ajudar a
criar o teatro russo. Até o século XIX companhias estrangeiras visitavam a
Rússia e foi só no século XX que o teatro russo ganhou força. Durante toda a
época dos czares, o teatro foi atingido por interesses políticos da igreja e da
corte. Mais tarde o Partido Comunista influenciou a forma e o contexto do
teatro. Com a queda do comunismo, oficiais do governo encarregados de
patrocinar diretores teatrais e livres da censura mas, preocupadas com as
preferências do público, passaram a ser os responsáveis pelo repertório
teatral. Entre os autores teatrais russos destacam-se: Aleksander Ostrovski,
Nikolai Gogol, Anton Tchekcov e Máximo Gorki.
Teatro Americano
De suas
origens no século XVIII até o início do século XIX, o teatro norte-americano
acompanhou o teatro europeu. Em 1752, os irmãos ingleses Hallam trouxeram para
suas colônias americanas uma companhia profissional de atores londrinos, de seu
repertório constavam as peças mais populares de Londres. Em 1767, foi
apresentada a primeira peça teatral escrita por um americano, Thomas Godfrey,
num teatro de Nova Iorque. No final do século XIX, entrou em cena o vaudeville,
e no início do século XX, assim como na Europa, o teatro norte-americano
tornou-se mais sofisticado e o cinema mudo não conseguia suplantá-lo. Surgiram
grandes atores e atrizes que eram levados para o cinema e o vaudeville começou
a perder seu espaço. As mudanças sociais que ocorreram durante a Grande
Depressão tiveram repercussão no teatro norte-americano, as peças começaram a
ter papéis mais sérios, personagens representavam imigrantes e desempregados.
Um programa do governo ajudou a promover o teatro que pode dar emprego a
atores, surgindo então peças sofisticadas e contestadoras.
Depois da
Segunda Guerra Mundial, o teatro ficou mais forte, surgindo grandes dramaturgos
que ficaram reconhecidos em todo o mundo. A partir de 1960 o teatro musical se
tornou muito popular, peças de grande sucesso e recordes de bilheteria
começaram a acontecer, fato que ocorre até os dias de hoje. Entre os grandes
dramaturgos americanos destacam-se: Engene O'Neill, Tennessee Williams, Arthur
Miller e Edward Albee
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