13 de setembro de 2011


10 Filmes de Dança



Eu fujo de fazer listas cujo tema tenha muitos exemplos e comportam centenas de filmes, mas os filmes de dança vem sendo sugeridos há bastante tempo, então vamos a eles.
A dança é uma das artes cênicas da antiguidade e compõe com a música a tradução cênica da mensagem.
As primeiras imagens filmadas já traziam cenas de dança, sempre energéticas e, aos poucos, foi se sofisticando, em filmes envolventes.
Esta lista traz um pouco de cada época, por isso que comentem sugerindo novos títulos, que complementem estes exemplos, aumentando as opções para nossos leitores.
Aqui estão 10 filmes sobre dança, em ordem cronológica.


1.  O Picolino - Top Hat (1935. Fred Astaire é um dançarino americano em Londres, que ensaia seu número de sapateado num quarto de hotel e acaba incomodando a vizinha de baixo - Ginger Rogers, claro - e, entre muitas confusões, se apaixonam. lindas canções de Irving Berlin e alguns dos melhores números de dança da mais famosa dupla de dançarinos do cinema)


2.  Mordedoras de 1935 - Gold Diggers of 1935 (1935. num hotel de luxo, um diretor de cena prepara um show para poder pagar suas dívidas. uma rica viúva está financiando o show, para conseguir um bom casamento para a filha. um roteiro bobo, que serve como pano de fundo para os números musicais espetaculares de Busby Berkeley em sua estreia como diretor. a canção "Lullaby of Broadway" ganhou o Oscar daquele ano)


3.  Sapatinhos Vermelhos (1948. uma famosa companhia de dança está montando a peça "Sapatinhos Vermelhos", adaptado da obra de Hans Christian Andesen. a bailarina selecionada tem seu coração dividido entre o compositor e o rico produtor. o espetáculo faz um grande sucesso, mas o triângulo amoroso aparece claramente na apresentação, numa lindíssima sequência de balé de 17 minutos. uma preciosidade inglesa, dirigida por Michel Powell e Emeric Pressburger, ganhadora dos Oscars de direção de arte e trilha) 


4.  Cantando na Chuva (1952. um dos filmes com mais alto-astral da história do cinema. conta a história de uma produtora de cinema com dificuldades para migrar dos filmes mudos para os sonoros. os números musicais concebidos pelo próprio astro Gene Kelly, que co-dirigiu com Stanley Donen estão entre os melhores já feitos, com destaque para o próprio Kelly e para Donald O'Connor subindo pelas paredes. genial! obra-prima!)


5.  A Noite dos Desesperados (1969. um dos filmes com mais baixo-astral da história do cinema. durante a grande depressão em 1929, as pessoas faziam qualquer coisa para ganhar uns trocados. até participar de uma desumana maratona de dança onde o último casal a cair exausto ganhava o prêmio, mesmo que isso representasse a morte do vencedor. Oscar merecido para o coadjuvante Gig Young e outras 8 indicações, no melhor filme de Sydney Pollack, estrelado por Jane Fonda)


6.  Os Embalos de Sábado à Noite (1977. John Travolta é Tony Manero, um jovem do Brooklin, que trabalha durante a semana numa loja de tintas, mas nos finais de semana, se mostra um exímio dançarino de discoteca, que irá participar de um grande concurso de dança e vencê-lo, claro. um dos personagens mais icônicos do cinema, influenciou mais de uma geração e continua sendo referência)


7.  Dirty Dancing, Ritmo Quente (1987. nos anos 1960, uma garota de 17 anos está em férias com a família num hotel. quando ela ouve uma música vinda do alojamento dos empregados, sente-se atraída e vai até eles e conhece o experiente instrutor de dança do hotel - Patrick Swayze - por quem se apaixona. a dança sensual e a história de amor fizeram milhões de mocinhas suspirar)


8.  Vem Dançar Comigo - Strictly Ballroom (1992. Paul Mercurio é um campeão de dança de salão, que para o desagrado dos dirigentes da federação de dança, mais tradicionais, resolve criar seus próprios movimentos. desprezado pela parceira, por causa de seus passos "espalhafatosos", ele aceita um novo par para disputar a maior competição do continete, a Pan-Pacific. surpreendente, kitsch e vibrante filme australiano, que fez enorme sucesso em todo mundo)


9.  Billy Elliot (2000. um garoto de 11 anos - Jimmy Bell - de uma pequena cidade mineira inglesa, resolve aprender ballet, escondido do pai, que pensa que ele está treinando boxe na mesma academia, como os outros garotos. a professora descobre nele um talento natural e o incentiva, mesmo contra todas as dificuldades e do preconceito. um dos olhares mais amorosos pela dança, que o cinema já produziu. lindíssimo)


10.  De Corpo e Alma (2003. Neve Campbell é uma talentosa bailarina, que entra em crise quando se torna a estrela principal de uma grande companhia. um painel dos bastidores e das apresentações do grupo, vista pelos olhos de Robert Altman, num de seus melhores filmes)

     
Fonte:
http://listasde10.blogspot.com/2010/02/10-filmes-de-danca.html

Uma época maravilhosa....


Filmes Biográficos de Artistas Plásticos

















As artes plásticas, pintura e escultura, nos renderam artistas extravagantes e perturbados e um punhado de bons filmes biográficos.
Aqui está uma lista com 10 deles:

1.  Camille Claudel (em Paris de 1885, a jovem escultora torna-se aprendiz e amante do grande Rodin, o que a torna mal vista pela sociedade. rompe com o escultor e entra numa espiral de loucura. grandes interpretações de Isabelle Adjani e Gerard Depardieu)

2.  A Moça do Brinco de Pérola (na Holanda do século, uma jovem camponesa vai trabalhar na casa do grande pintor expressionista Johannes Vermeer, e acaba tornando-se sua modelo para seu quadro mais famoso. linda fotografia, linda Scarlett Johansson)

3.  Basquiat (o jovem artista negro Jean Michel Basquiat vive na mendicância pelas ruas de Nova York, até ser descoberto por Andy Warhol - vivido por David Bowie - e virar uma estrela no mundo das artes. mas o sucesso não é tão fácil de lidar)

4.  Pollock (Ed Harris está fenomenal na pele de Jackson Pollock, o primeiro grande artista plástico norte-americano, que de querido da imprensa cai em depressão e num comportamento auto-destrutivo)

5.  Caravaggio (lindo exercício estético de Derek Jarman, nesta biografia de um dos maiores pintores do renascimento. sua sexualidade, sua relação com o poder e com seus modelos são suplantados pela beleza estética do filme, que remete às cores e texturas de suas obras)

6.  Os Amores de Picasso (aos 60 anos, o artista no auge de sua carreira convida uma jovem de 23 para morar com ele. vivem 10 anos juntos, têm 2 filhos, mas a infidelidade explícita dele acaba por destruir a relação. Anthony Hopkins, ótimo como sempre é Pablo Picasso)

7.  Agonia e Êxtase (biografia de Michelângelo, dirigida por Carol Reed em 65. apesar de esquemático e da canastrice de Charlton Heston, mostra bem as divergências entre o artista e o papa Julio II durante a longa construção da capela Sistina)

8.  Van Gogh (dentre as biografias do mestre impressionista, esta versão de Maurice Pialat é a melhor. o filme mostra os últimos 67 dias de vida do mestre. em 1890 muda-se para os arredores de Paris para tratar-se, mas acaba se matando)

9.  Frida (não foi por acaso que a mexicana Frida Kahlo tornou-se um mito. além de sua arte genial, seus relacionamentos amorosos, com homens e mulheres, entre eles o pintor Diego Rivera e Leon Trotski, sua personalidade forte e sua saúde sempre debilitada, pela polio na infância e por um grave acidente aos 20. o grande papel de Salma Hayek)

10.  Moulin Rouge (dirigido por John Huston em 1952, este filme conta a história do pintor Henri de Toulouse-Lautrec, filho de família rica, mas pequenino e com os pés defeituosos, era presença constante no famoso cabaret, onde desenhava as dançarinas, que tornaram-se o grande tema de sua obra. ótima interpretação de Jose Ferrer)


Fonte:
Para quem gosta de cinema e música, vale a pena conferir:

10 Filmes sobre Orquestras e Maestros



Uma orquestra é um universo inteiro. 
São dezenas de músicos com seus instrumentos e histórias que, em conjunto e em harmonia produzem o mais sofisticado som produzido pelo ser humano.
Para fazer parte de uma orquestra é necessário ser virtuoso no seu instrumento e, principalmente, saber trabalhar em conjunto.
Alguns filmes passaram bem o clima de uma orquestra e aqui está uma lista com 10 deles.


1.  Ensaio de Orquestra (Federico Fellini captou como ninguém o universo das orquestras. durante o ensaio de uma sinfônica, uma equipe de televisão entrevista os músicos, revelando suas diferenças pessoais, as disputas de egos, a antipatia pelo maestro, os sindicatos e, apesar disso tudo, a harmonia da música produzida por eles. genial, como de hábito para um gênio do cinema) 


2.  O Concerto (um promissor maestro russo foi rebaixado a faxineiro pelo regime comunista por não aceitar expulsar os músicos judeus de sua orquestra. décadas mais tarde tem a chance de voltar a apresentar-se em Paris após interceptar um fax convidando o Bolshoi para um concerto. reúne músicos aposentados e os faz passar pela renomada sinfônica. boa comédia de costumes ao som de Tchaikovsky)


3.  O Maestro (Krystyna Janda é uma violinista de uma orquestra de província na Polônia e seu marido o maestro. ela é convidada a visitar os EUA, onde conhece um maestro - John Gielgud -, instável e hipocondríaco, que fora o grande amor da sua mãe. ele volta com ela à Polônia, para comandar a sua orquestra e tentar reviver nela o amor que teve por sua mãe. o marido - o ótimo Andrzej Seweryn, melhor ator em Berlin - fica ressentido por razões profissionais e pessoais. Belo e pesado filme da fase polonesa, 1980, de Andrzej Wajda)


4.  Fantasia 2000 (na ousada incursão da Disney no mundo da música clássica não poderiam  faltar as orquestras. das reais que aparecem logo na abertura às formadas por luzes, animais ou pelos próprios instrumentos animados. é um dos orgulhos do estúdio, que o relançou em versão ampliada e aprimorada em 2000. deslumbrante e importante por ajudar a popularizar a boa música)


5.  Amadeus (a incrível história do compositor Mozart, contada em flashback por seu invejoso seu concorrente Alberto Salieri - F.Murray Abraham, vencedor do Oscar - internado em um hospício. na biografia, os próprios compositores costumavam ensaiar e conduzir suas orquestras no século 18. o filme ganhou merecidos 8 Oscars, incluindo filme e direção para Milos Forman)


6.  Todas as Manhãs do Mundo (no século 17, um virtuoso músico e maestro da corte de Luís XIV - Gerard Depardieu - relembra o começo de sua carreira, supervisionado por seu rigoroso mestre Sainte Colombe - Jean-Pierre Marielle. as belas composições da época, embalam o filme de Alain Corneau, ganhador de 7 César em 1992)


7.  Odeio-te Meu Amor (Rex Harrison é um maestro que suspeita da infidelidade de sua bela esposa. enquanto ele conduz sua orquestra sinfônica imagina maneiras diferentes de lidar com a situação. quando termina o concerto, seus planos não funcionam como ele fantasiou. uma comédia deliciosa de Preston Sturgess de 1948)


8.  O Segredo de Beethoven (Ed Harris interpreta o compositor alemão em seu último ano de vida. prestes a estrear sua nona sinfonia e já praticamente surdo, a contragosto ele aceita contratar uma jovem escriba para copiar suas partituras. o auge do filme está no compositor regendo sua bela obra. bom filme)


9.  O Som do Coração (Freddie Highmore é um garoto de 11 anos que vive num orfanato e sonha reencontrar seus pais biológicos, dois músicos que se encontraram uma única vez. ele sabe que a chave para isso é a música. ele foge e passa a viver na rua,m quando é descoberto como prodígio por uma escola de música e levado a reger sua própria composição no Central Park. um conto de fadas sustentado pelo ótimo ator juvenil e pela bela canção)


10.  Mr. Holland, Adorável Professor (em 1964 um compositor - Richard Dreyfuss - decide dar aulas de música para ter tempo de compor. quando sua esposa dá a luz ao seu filho, que mais tade descobrem ser surdo, ele se envolve cada vez mais com a escola e se distancia do sonho de tornar-se um grande compositor. por outro lado, as orquestras formadas por seus alunos mais dedicados, acabam suprindo essa falta. o melhor exemplo das dezenas de filmes de orquestras escolares feitos por Hollywood)

Fonte:
http://listasde10.blogspot.com/2011/02/10-filmes-sobre-orquestras-e-maestros.html


Cantando na Chuva (Singin' in the Rain, Estados Unidos, 1952)

Em 1927 é lançado o primeiro filme falado, ‘O Cantor de Jazz’. A indústria fica em polvorosa com a novidade. Assim o casal mais querido do cinema mudo, Don Lockwood (Gene Kelly) e Lina Lamont (Jean Hagen) precisam se adaptar ao novo formato e têm de fazer um filme falado. Mais do que isso, eles terão de fazer um musical. O problema é que infelizmente a Srta. Lamont não só não sabe cantar, como tem uma voz horrível. A produção mostra com muito bom humor e claro, músicas os bastidores da realização de um filme na Era de Ouro do Cinema.

Está entre os dez melhores filmes sobre Cinema


Fonte:




Dança



Valsa, Polca, Balé, Pole Dance e Dança do Ventre

Desde 1982, no dia 29 de abril, comemora-se o dia internacional da dança, instituído pela UNESCO em homenagem ao criador do balé moderno, Jean-Georges Noverre.
A Dança é a arte de mexer o corpo, através de uma cadência de movimentos e ritmos, criando uma harmonia própria.
Não é somente através do som de uma música que se pode dançar, pois os movimentos podem acontecer independente do som que se ouve, e até mesmo sem ele.
A história da dança retrata que seu surgimento se deu ainda na Pré-História, quando os homens batiam os pés no chão. Aos poucos, foram dando mais intensidade aos sons, descobrindo que podiam fazer outros ritmos, conjugando os passos com as mãos, através das palmas.
O surgimento das danças em grupo aconteceu através dos rituais religiosos, em que as pessoas faziam agradecimentos ou pediam aos deuses o sol e a chuva. Os primeiros registros dessas danças mostram que elas surgiram no Egito, há dois mil anos antes de Cristo.
Mais tarde, já perdendo o costume religioso, as danças apareceram na Grécia, em virtude das comemorações aos jogos olímpicos.
O Japão preservou o caráter religioso das danças. Até hoje, elas são feitas nas cerimônias dos tempos primitivos.
Em Roma, as danças se voltaram para as formas sensuais, em homenagem ao deus Baco (deus do vinho), e dançava-se em festas e bacanais.
Nas cortes do período renascentista, as danças voltaram a ter caráter teatral, que estava se perdendo no tempo, pois ninguém a praticava com esse propósito. Praticamente daí foi que surgiram o sapateado e o balé, apresentados como espetáculos teatrais, onde passos, música, vestuário, iluminação e cenário compõem sua estrutura.
No século XVI surgiram os primeiros registros das danças, em que cada localidade apresentava características próprias. No século XIX surgiram as danças feitas em pares, como a valsa, a polca, o tango, dentre outras. Estas, a princípio, não foram aceitas pelos mais conservadores, até que no século XX surgiu o rock’n roll, que revolucionou o estilo musical e, consequentemente, os ritmos das danças.
Assim como a mistura dos povos foram acontecendo, os aspectos culturais foram se difundindo.
O maracatu, o samba e a rumba são prova disso, pois através das danças vindas dos negros, dos índios e dos europeus esses ritmos se originaram.
Hoje em dia as danças voltaram-se muito para o lado da sensualidade, sendo mais divulgadas e aceitas por todo o mundo. Nos países do Oriente Médio a dança do ventre é muito difundida; e no Brasil, o funk e o samba são populares. Além desses, o strip-tease tem tido grande repercussão, principalmente se unido à dança inglesa, pole dance, também conhecida como a dança do cano.
Por Jussara de Barros
Graduada em Pedagogia

Fonte:
http://www.brasilescola.com/artes/danca.htm

Cinema - O que é Cinema? - Brasil Escola

Cinema - O que é Cinema? - Brasil Escola


Pré-História

          Um dos períodos mais fascinantes da história humana é a Pré-história. Esse período não foi registrado por documentos escritos, pois é exatamente a época anterior à escrita.
As primeiras expressões da arte eram muito simples, consistiam em traços feitos nas paredes das cavernas. Muito tempo depois é que os artistas pré-históricos começaram a desenhar e pintar animais.
Pintavam os seres, um animal por exemplo, do modo como o via de uma determinada perspectiva, reproduzindo a natureza tal qual sua vista a captava.
          São inevitáveis as perguntas sobre os motivos que levaram o homem a fazer essas pinturas. A explicação mais aceita é que fazia parte de um processo de magia e que de alguma maneira eles procuravam interferir na captura do animal desenhado, o pintor paleolítico supunha tPintura rupestre encontrada em Tassili, região do Saara.er poder sobre o animal desde que possuísse a sua imagem. A produção do homem pré-histórico, pelo menos a que foi encontrada e conservada, é representada por objetos em grande parte portadores de uma utilidade, seja ela doméstica ou religiosa: ferramentas, armas ou figuras com uma simbologia específica. No entanto, seu estudo e a comparação entre elas permitiram constatar que já existiam então noções de técnica, habilidade e desenho, embora não se possa separar o conceito de arte, em praticamente nenhum caso, dos conceitos de funcionalidade e religião.
          Os artistas do Paleolítico Superior realizaram também esculturas. Mas, tanto na pintura quanto na escultura, nota-se a ausência de figuras masculinas.
          O homem do Neolítico desenvolveu a técnica de tecer panos, de fabricar cerâmica e construiu as primeiras moradias. todas essas conquistas tiveram um forte reflexo na arte. A Dolmens. detalhe do Santuário de Stonehenge, Inglaterraconseqüência imediata foi o abandono do estilo naturalista e o surgimento de um estilo geometrizante, vamos encontrar figuras que mais sugerem do que reproduzem os seres. Começaram as representações da vida coletiva, a preocupação com o movimento fez com que as figuras ficassem cada vez mais leves e ágeis. Desses desenhos surge a primeira forma de escrita, que consiste em representar seres e idéias pelo desenho. São também desse período as construções denominadas dolmens, duas ou mais pedras grandes fincadas verticalmente no chão, como se fossem paredes, e em uma grande pedra colocada horizontalmente sobre elas, parecendo um teto. A explicação sobre essas construções ainda não foram suficientemente esclarecidas pela História e pela Antropologia

        A arquitetura da Mesopotâmia empregou nos seus estágios iniciais tijolos de barro cozido, maleáveis, mas pouco resistentes, o que explica o alto grau de desgaste das construções encontradas. As obras mais representativas da construção na Mesopotâmia - os zigurates ou templos em forma de torre - são da época dos primeiros povos sumérios e sua forma foi mantida sem alteração pelos assírios. Na realidade, tratava-se de edificações superpostas que formavam um tipo de pirâmide de faces escalonadas, dividida em várias câmaras. O zigurate da cidade de Ur é um dos que se conservaram em melhor estado, graças a Nabucodonosor II, que ordenou sua reconstrução depois que os acádios o destruíram. O templo consistia em sete pavimentos e o santuário ficava no terraço. Acredita-se que na reconstrução tentou-se copiar a famosa Torre de Babel, hoje destruída. O acesso ao último pavimento era feito por escadarias intermináveis e estreitas que rodeavam os muros. O templo era dedicado ao deus Nannar e à esposa do rei Nabucodonosor, Ningal.
A arquitetura monumental aquemênida retomou as formas babilônicas e assírias com a monumentalidade egípcia e o dinamismo grego. Os primeiros palácios de Pasárgada, de Ciro, o Grande (559 a.C. - 530 a.C.), possuíam salas de fileira dupla de colunas acaneladas com capitéis em forma de cabeça de touro, de influência jônica.
Para centralizar o poder, Dario (522 a.C. - 486 a.C.) transformou Susa e Persépolis respectivamente em capitais administrativa e religiosa. Seus palácios, obras do renascimento oriental, foram as últimas testemunhas da arquitetura oriental antiga.
No que se refere às tumbas, os monarcas aquemênidas, que não seguiram a tradição zoroástrica de expor seus cadáveres às aves de rapina, mandavam escavar suntuosos monumentos funerários nas rochas de montanhas sagradas. Uma das tumbas mais conhecidas é a de Dario I, na encosta do monte Hussein-Kuh. Sua fachada imita o portal de um palácio e é coroada com o disco do deus Ahura Mazda. Este foi o modelo seguido posteriormente nas necrópoles. As primeiras esculturas descobertas na Mesopotâmia datam de 5000 a.C. e são em sua maioria figuras que lembram muito as Vênus pré-históricas encontradas no restante da Europa. No milênio seguinte reflete-se uma estilização das formas tendentes ao naturalismo e são encontradas peças de mármore, tais como bustos, estelascomemorativas e relevos. A mais importante é a estelas encontrada em Langash, não apenas por ser considerada a mais antiga do mundo, como também porque é nela que aparece pela primeira vez a representação de uma batalha. As estátuas mais características são figuras de homem ou mulher em pé, chamadas de oradores, trajados com túnicas amplas, com as mãos postas na altura do peito, sendo o rosto a parte mais chamativa do conjunto, devido ao superdimensionamento dos olhos, normalmente elaborados com incrustações de pedra. Quanto aos relevos, sua importância é indubitavelmente fundamental para a compreensão da história, da iconografia religiosa e do cerimonial dos povos mesopotâmicos.
Existiam vários tipos, entre eles os esculpidos em pedra e os realizados sobre ladrilhos esmaltados, como é o caso dos poucos restos encontrados da famosa "Porta dos Deuses" (o que, na verdade, significa Babilônia) e os de argila. Dependendo do povoado e da cidade, os temas e os estilos variavam: durante as dinastias acádia e persa, a temática era a narração da vitória dos reis, enquanto na época dos babilônios a preferência era pelas representações das divindades ou das tarefas cotidianas do povo.

A Arte no Egito

           A arte egípcia estava intimamente ligada à religião, por isso era bastante padronizada, não dando margens à criatividade ou à imaginação pessoal, pois a obra devia revelar um perfeito domínio das técniBaixo-relevo de um túmulo próximo de Sacará (cerca de 2500a.C.) Museu do Louvre, Pariscas e não o estilo do artista.
         A arte egípcia caracteriza-se pela representação da figura humana sempre com o tronco desenhado de frente, enquanto a cabeça, as pernas e os pés são colocados de perfil. O convencionalismo e o conservadorismo das técnicas de criação voltaram a produzir esculturas e retratos estereotipados que representam a aparência ideal dos seres, principalmente dos reis, e não seu aspecto real.
Após a morte de Ramsés II, o poder real tornou-se muito fraco. O Egito foi invadido sucessivamente pelos etíopes, persas, gregos e, finalmente, pelos romanos. A sua arte, que influenciada pela dos povos invasores, vai perdendo sua características.
A pintura egípcia teve seu apogeu durante o império novo, uma das etapas históricas mais brilhantes dessa cultura. Entretanto, é preciso esclarecer que, devido à função religiosa dessa arte, os princípios pictóricos evoluíram muito pouco de um período para outro. Contudo, eles se mantiveram sempre dentro do mesmo naturalismo original. Os temas eram normalmente representações da vida cotidiana e de batalhas, quando não de lendas religiosas ou de motivos de natureza escatológica.
As figuras típicas dos murais egípcios, de perfil mas com os braços e o corpo de frente, são produto da utilização da perspectiva da aparência. Os egípcios não representaram as partes do corpo humano com base na sua posição real, mas sim levando em consideração a posição de onde melhor se observasse cada uma das partes: o nariz e o toucado aparecem de perfil, que é a posição em que eles mais se destacam; os olhos, braços e tronco são mostrados de frente. Essa estética manteve-se até meados do império novo, manifestando-se depois a preferência pela representação frontal. Um capítulo à parte na arte egípcia é representado pela escrita. Um sistema de mais de 600 símbolos gráficos, denominados hieróglifos, desenvolveu-se a partir do ano 3300 a.C. e seu estudo e fixação foi tarefa dos escribas. O suporte dos escritos era um papel fabricado com base na planta do papiro. A escrita e a pintura estavam estreitamente vinculadas por sua função religiosa. As pinturas murais dos hipogeus e as pirâmides eram acompanhadas de textos e fórmulas mágicas dirigidas às divindades e aos mortos.
É curioso observar que a evolução da escrita em hieróglifos mais simples, a chamada escrita hierática, determinou na pintura uma evolução semelhante, traduzida em um processo de abstração. Essas obras menos naturalistas, pela sua correspondência estilística com a escrita, foram chamadas, por sua vez, de Pinturas Hieráticas. Do império antigo conservam-se as famosas pinturas Ocas de Meidun e do império novo merecem menção os murais da tumba da rainha Nefertari, no Vale das Rainhas, em Tebas.
A pirâmide foi criada durante a dinastia III, pelo arquiteto Imhotep, e essa magnífica obra lhe valeu a divinização. No início as tumbas egípcias tinham a forma de pequenas caixas; eram feitas de barro, recebendo o nome de mastabas (banco). Foi desse arquiteto a idéia de superpor as mastabas, dando-lhes a forma de pirâmide. Também se deve a Imhotep a substituição do barro pela pedra, o que sem dúvida era mais apropriado, tendo em vista a conservação do corpo do morto. As primeiras pirâmides foram as do rei Djeser, e elas eram escalonadas. As mais célebres do mundo pertencem com certeza à dinastia IV e se encontram em Gizé: Quéops, Quéfren e Miquerinos, cujas faces são completamente lisas. A regularidade de certas pirâmides deve-se aparentemente à utilização de um número áureo, que muito poucos arquitetos conheciam. Outro tipo de construção foram os hipogeus, templos escavados nas rochas, dedicados a várias divindades ou a uma em particular. Normalmente eram divididos em duas ou três câmaras: a primeira para os profanos; a segunda para o faraó e os nobres; e a terceira para o sumo sacerdote. A entrada a esses templos era protegida por galerias de estátuas de grande porte e esfinges. Quanto à arquitetura civil e palaciana, as ruínas existentes não permitem recolher muita informação a esse respeito.
A escultura egípcia foi antes de tudo animista, encontrando sua razão de ser na eternização do homem após a morte. Foi uma estatuária principalmente religiosa. A representação de um faraó ou um nobre era o substituto físico da morte, sua cópia em caso de decomposição do corpo mumificado. Isso talvez pudesse justificar o exacerbado naturalismo alcançado pelos escultores egípcios, principalmente no império antigo. Com o passar do tempo, a exemplo da pintura, a escultura acabou se estilizando. As estatuetas de barro eram peças concebidas como partes complementares do conjunto de objetos no ritual funerário. Já a estatuária monumental de templos e palácios surgiu a partir da dinastia XVIII, como parte da nova arquitetura imperial, de caráter representativo. Paulatinamente, as formas foram se complicando e passaram do realismo ideal para o amaneiramento completo. Com os reis ptolemaicos, a grande influência da Grécia revelou-se na
pureza das formas e no aperfeiçoamento das técnicas. A princípio, o retrato tridimensional foi privilégio de faraós e sacerdotes. Com o tempo estendeu-se a certos membros da sociedade, como os escribas. Dos retratos reais mais populares merecem menção os dois bustos da rainha Nefertite, que, de acordo com eles, é considerada uma das mulheres mais belas da história universal. Ambos são de autoria de um dos poucos artistas egípcios conhecidos, o escultor Thutmosis, e encontram-se hoje nos museus do Cairo e de Berlim. Igualmente importantes foram as obras de ourivesaria, cuja maestria e beleza são suficientes para testemunhar a elegância e a ostentação das cortes egípcias. Os materiais mais utilizados eram o ouro, a prata e pedras. As jóias sempre tinham uma função específica (talismãs), a exemplo dos objetos elaborados para os templos e as tumbas. Os ourives também colaboraram na decoração de templos e palácios, revestindo muros com lâminas de ouro e prata lavrados contendo inscrições, dos quais restaram apenas testemunho.

          Dos povos da antiguidade, os que apresentaram uma  produção cultural mais  livre foram os gregos, que valorizaram  especialmente as ações humanas, na certeza de que o homem era a criatura mais importante do universo. Assim, o conhecimento, através da razão, esteve sempre acima da fé em divindades. Enquanto os egípcios procuravam fazer uma figura realista de um homem, o escultor grego acreditava que uma estátua que representasse um homem não deveria ser apenas semelhante a um homem, mas também um objeto belo em si mesmo.Seus reis não eram deuses, mas seres inteligentes e justos, que dedicavam ao bem estar do povo e a democracia.
Podem-se distinguir quatro grandes períodos na evolução da arte grega: o geométrico (séculos IX e VIII a.C.), o arcaico (VII e VI a.C.), o clássico (V e IV a.C.) e o helenístico (do século III ao I a.C.). No chamado período geométrico, a arte se restringiu à decoração de variados utensílios e ânforas. Esses objetos eram pintados com motivos circulares e semicirculares, dispostos simetricamente. A técnica aplicada nesse trabalho foi herdada das culturas cretense e micênica. Passado muito tempo, a partir do século VII a.C., durante o denominado período arcaico, a arquitetura e a escultura experimentaram um notável desenvolvimento graças à influência dessas e outras culturas mediterrâneas.Também pesaram o estudo e a medição do antigo megaron, sala central dos palácios de Micenas a partir da qual concretizaram os estilos arquitetônicos do que seria o tradicional templo grego. Entre os séculos V e IV a.C., a arte grega consolida suas formas definitivas. Na escultura, somou-se ao naturalismo e à proporção das figuras o conceito de dinamismo refletido nas estátuas de atletas como o Discóbolo de Miron e o Doríforo de Policleto. Na arquitetura, em contrapartida, o aperfeiçoamento da óptica (perspectiva) e a fusão equilibrada do estilo jônico e dórico trouxe como resultado o Partenon de Atenas, modelo clássico por excelência da arquitetura dessa época. No século III, durante o período helenístico, a culturagrega se difunde, principalmente graças às conquistas e expansão de Alexandre Magno, por toda a bacia do Mediterrâneo e Ásia Menor.
          A pintura grega encontrou uma forma de realização na arte da cerâmica, os vasos gregos são conhecidos não só pelo equilíbrio de sua forma, mas também pela harmonia entre o desenho, as cores e o espaço utilizado para a ornamentação.No começo, os desenhos eram simplesmente formas geométricas elementares - de onde se originou a denominação de geométrico conferida a esse primeiro período (séculos IX e VIII a.C.) - que mal se destacavam na superfície. Com o passar do tempo, elas foram gradativamente se enriquecendo, até adquirir volume. Surgiram então os primeiros
desenhos de plantas e animais guarnecidos por adornos chamados de meandros. Numa etapa próxima, já no período arcaico (séculos VII e VI a.C.), começou a ser incluída nos desenhos a figura humana, que apresentava um grafismo muito estilizado. E, com o aparecimento de novas tendências
naturalistas, ela passou a ser cada vez mais utilizada nas representações mitológicas, o que veio a aumentar sua importância.As cenas eram apresentadas em faixas horizontais paralelas que podiam ser visualizadas ao se girar a peça de cerâmica. Com a substituição do cinzel pelo pincel, os traçados se tornaram mais precisos e ricos em detalhes. As peças de cerâmica pintadas começam a experimentar uma perceptível decadência durante o classicismo (séculos IV e V a.C.). No entanto, passado um bom tempo, elas acabaram ressurgindo triunfantes no período helenístico (século III), totalmente renovadas, cheias de cor e ricamente decoradas.Ânfora com figuras negras pintadas por Exéquias, Museu Gregoriano-Etrusco, Roma
As primeiras esculturas gregas (século IX a.C.) não passavam de pequenas figuras humanas feitas de materiais muito brandos e fáceis de manipular, como a argila, o marfim ou a cera. Essa condição só se alterou no período arcaico (séculos VII e VI a.C.), quando os gregos começaram a trabalhar a pedra. Os motivos mais comuns das primeiras obras eram simples estátuas de rapazes (kouros) e moças (korés). As figuras esculpidas apresentavam formas lisas e arredondadas e plasmavam na pedra uma beleza ideal. Essas figuras humanas guardavam uma grande semelhança com as esculturas egípcias, as quais, obviamente, lhes haviam servido de modelo. Com o advento do classicismo (séculos V e IV
a.C.), a estatuária grega foi assumindo um caráter próprio e acabou abandonando definitivamente os padrões orientais. Foi o consciencioso estudo das proporções que veio oferecer a possibilidade de se copiar fielmente a anatomia humana, e com isso os rostos obtiveram um ganho considerável em expressividade e realismo.Mais tarde introduziu-se o conceito de contrapposto - posição na qual a escultura se apoiava totalmente numa perna, deixando a outra livre, e o princípio do dinamismo tomou forma nas representações de atletas em plena ação. Entre os grandes artistas do classicismo
estão: Policleto,(que criou a regra do "belo ideal" que divide o corpo humano em 8 partes iguais. Essa regra é utilizada até hoje nas aulas de desenho.) Miron, Praxíteles e Fídias. Contudo, não se pode tampouco deixar de mencionar Lisipo, que, nas suas tentativas de plasmar as verdadeiras feições do rosto, conseguiu acrescentar uma inovação a esta arte, criando os primeiros retratos. Durante o período helênico (século III a.C.), verificou-se uma ênfase nas formas herdadas do classicismo, e elas foram se sofisticando. O resultado disso foi o surgimento de obras de inigualável monumentalidade e beleza, como O Colosso de Rodes, de trinta e dois metros de altura. É interessante esclarecer que, tanto por sua função religiosa quanto pela sua importância como elemento decorativo, a escultura estava estreitamente ligada à arquitetura. Isso se evidencia nas estátuas trabalhadas nas fachadas, colunas e interiores dos templos.
Na arquitetura, não resta dúvida de que o templo foi um dos legados mais importantes da arte grega
ao Ocidente. Suas origens devem ser procuradas no megaron micênico. Este aposento, de morfologia bastante simples, apesar de ser a acomodação principal do palácio do governante, nada mais era do que uma sala retangular, à qual se tinha acesso através de um pequeno pórtico (pronaos), e quatro colunas que sustentavam um teto parecido com o atual telhado de duas águas. No princípio, esse foi o esquema que marcou os cânones da edificação grega.
Foi a partir do aperfeiçoamento dessa forma básica que se configurou o templo grego tal como o conhecemos hoje. No princípio, os materiais utilizados eram o adobe - para as paredes - e a madeira - para as colunas. Mas, a partir do século VII a.C. (período arcaico), eles foram caindo em desuso, sendo substituídos pela pedra. Essa inovação permitiu que fosse acrescentada uma nova fileira de colunas na parte externa (peristilo) da edificação, fazendo com que o templo obtivesse um ganhono que toca à monumentalidade. Surgiram então os primeiros estilos arquitetônicos: o dórico, ao sul, nas costas do Peloponeso, e o jônico, a leste. Os templos dóricos eram em geral baixos e maciços. As grossas colunas que lhes davam sustentação não dispunham de base, e o fuste tinha forma acanelada. O capitel, em geral muito simples, terminava numa moldura convexa chamada de eqüino. As colunas davam suporte a um entablamento (sistema de cornijas) formado por uma arquitrave (parte inferior) e um friso de tríglifos (decoração acanelada) entremeado de métopas. A construção jônica, de dimensões maiores, se apoiava numa fileira dupla de colunas, um pouco mais estilizadas, e apresentava igualmente um fuste acanelado e uma base sólida. O capitel culminava em duas colunas graciosas, e os frisos eram decorados em altos-relevos. Mais adiante, no período clássico (séculos V e IV a.C.), a arquitetura grega atingiu seu ponto máximo. Aos dois estilos já conhecidos veio se somar um outro, o coríntio, que se caracterizava por um capitel típico cuja extremidade era
decorada por folhas de acanto.As formas foram se estilizando ainda mais e acrescentou-se uma terceira fileira de colunas. O Partenon de Atenas é a mais evidente ilustração desse brilhante período arquitetônico grego.Na época da hegemonia helenística (séculoIII a.C.), a construção, que conservou as formas básicas do período clássico, alcançou o ponto máximo de suntuosidade. As colunas de capitéis ricamente decorados sustentavam frisos trabalhados em relevo, exibindo uma elegância e um trabalho dificilmente superáveis.
          Assim, a  história da arte grega está ligada às épocas da vida desse povo. O pré-helenismo  foi um longo período, no qual a arte estava se afirmando. Na época arcaica , a arte tomou formas definidas. A época clássica,  foi o momento da plenitude e da perfeição artística e cultural dos gregos. O helenismo foi o momento em que os gregos já haviam chegado à plenitude e passaram a espalhar sua arte pelo Egito, pela Ásia Menor, pela Síria e por Roma.

          A arte romana sofreu duas grandes influências: a da arte etrusca, popular e voltada para a expressão da realidade vivida, e a da grego-helenística, orientada para a expressão de um ideal de beleza. mesmo com toda influência e admiração  nas concepções helenísticas a respeito da arte, os romanos não abdicaram de um interesse muito próprio: retratar os traços particulares de uma pessoa. O que acabou ocorrendo foi uma acomodação entre a concepção artística romana e a grega.
         Detalhe da Coluna de Marco Aurélio, Roma. Construída durante o período que vai de 180 a 193A arte dos romanos revela-nos um povo possuidor de um grande espírito prático: por toda parte em que estiveram, estabeleceram colônias, construíram casas, templos, termas, aquedutos, mercados e edifícios governamentais.
Embora não haja dúvida de que as obras arquitetônicas romanas tenham resultado da aplicação das proporções gregas à arquitetura de abóbadas dos etruscos, também é certo que lhes falta um caráter totalmente próprio, um selo que as distinga. Para começar, a partir do século II a.C., os arquitetos da antiga Roma dispunham de dois novos materiais de construção. Um deles, o opus cementicium - uma espécie de concreto armado - era um material praticamente indestrutível.Do outro lado estava o opus latericium, o ladrilho, que permitia uma grande versatilidade. Combinado com o primeiro material, ele oferecia a possibilidade de se construírem abóbadas de enormes dimensões e, apesar disso, muito leves.Os romanos também modificaram a linguagem arquitetônica que haviam recebido dos gregos, uma vez que acrescentaram aos estilos herdados (dórico, jônico e coríntio) duas novas formas de construção: os estilos toscano e composto.A evolução da arquitetura romana reflete-se fundamentalmente em dois âmbitos principais: o das escolas públicas e o das obras particulares. As primeiras (por exemplo, templos, basílicas, anfiteatros, arcos de triunfo, colunas comemorativas, termas e edifícios administrativos) eram obras que apresentavam dimensões monumentais e quase sempre formavam um conglomerado desordenado em torno do fórum - ou praça pública - das cidades. Por outro lado, as segundas, como os palácios urbanos e as vilas de veraneio da classe patrícia, se desenvolveram em regiões privilegiadas das cidades e em seus arredores, com uma decoração faustosa e distribuídas em torno de um jardim. A plebe, ao invés disso, vivia em construções de vários pavimentos chamados de insulae, muito parecidos com nossos atuais edifícios, com portas que davam acesso a sacadas e terraços, mas sem divisões de ambiente nesses recintos. Seus característicos tetos de telha de
barro cozido ainda subsistem em pleno século XX. A engenharia civil merece um parágrafo à parte. Além de construir caminhos que ligavam todo o império, os romanos edificaram aquedutos que levavam água limpa até as cidades e também desenvolveram complexos sistemas de esgoto para dar vazão à água servida e aos dejetos das casas. O conceito de grande urbe que tinham os romanos definitivamente era muito semelhante ao que existe em nossos dias.
A pintura romana sempre esteve estreitamente ligada à arquitetura, e sua finalidade era quase exclusivamente decorativa. Já no século II a.C., na época da república, disseminou-se entre as famílias patrícias, empenhadas em exibir sua riqueza, o peculiar costume de mandar que se fizessem imitações da opulenta decoração de templos e palácios, tanto na casa em que viviam quanto naquela em que passavam o verão. Graças a um bem-sucedido efeito ótico, chegavam a simular nas paredes portas entreabertas que davam acesso a aposentos inexistentes.Com o tempo, aproximadamente na metade do império, esse costume deixou de ser moda e foi se atenuando, até que as grandes pinturas murais acabaram tendo reduzidas suas dimensões, para transformarem-se finalmente em pequenas imagens destinadas a obter efeitos decorativos. o mosaico foi o outro grande favorito na decoração de interiores romana. Os temas prediletos para a aplicação dessa complicada e minuciosa técnica foram, por um lado, o retrato, que podia ser bem pessoal ou apresentar um caráter familiar, e, por outro, as onipresentes cenas mitológicas, além das paisagens rurais ou das marinhas, com sua fauna e flora.
Os romanos costumavam dedicar especial apreço pelas obras totalmente naturalistas, dinâmicas e proporcionadas da estatuária grega. Diante da impossibilidade de transportar as obras mais valiosas de Fídias, Policleto ou Praxítenes, eles tomavam providências no sentido de que seus próprios escultores as copiassem. Isso fez com que surgissem importantes escolas de copistas. Pode-se dizer que quase todas elas logo atingiram um excelente nível de realização. Desse modo, a arte estatuária do Império compensou com quantidade sua falta de originalidade. Encontrando na escultura a maneira ideal de perpetuar a história e seus protagonistas, proliferaram no âmbito dessa arte romana os bustos, retratos de corpo inteiro e estátuas eqüestres de imperadores e patrícios, os quais passaram desse modo à posteridade, alçados praticamente à categoria de deuses. Cláudio, por exemplo, fez-se esculpir com os atributos de Júpiter, e Augusto se fez retratar com seus galões
militares, afundado numa armadura que deixava entrever os músculos do Doríforo de Policleto.
Os imperadores romanos começaram a enfrentar tanto lutas internas pelo poder quanto a pressão dos povos bárbaros que, cada vez mais, investiam contra as fronteiras do império. Era o começo da decadência do Império romano que, no século V, perde o domínio do seu território do Ocidente para os germânicos.

         Após a morte de Jesus Cristo, seus discípulos passaram a divulgar seus ensinamentos. Inicialmente, essa divulgação restringiu‑se à Judéia, província romana onde Jesus viveu e morreu, mas depois, a comunidade cristã começou a dispersar‑se por várias regiões do Império Romano.
         No ano de 64, no governo do Imperador Nero, deu‑se a primeira grande perseguição aos cristãos. Num espaço de 249 anos, eles foram perseguidos mais nove vezes; a última e a mais violenta dessas perseguições ocorreu entre 303 e 305, sob o governo de Diocleciano.
                      
A arte das catacumbas
 
        Por causa dessas perseguições, os primeiros cristãos de Roma enterravam seus mortos em galerias subterrâneas, denominadas catacumbas. Dentro dessas galerias, o espaço destinado a receber o corpo das pessoas era pequeno. Os mártires, porém, eram sepultados em locais maiores que passaram a receber em seu teto e em suas paredes laterais as primeiras manifestações da pintura cristã.
    Inicialmente essas pinturas limitavam-se a representações dos símbolos cristãos: a cruz ‑ símbolo do sacrifício de Cristo; a palma ‑ símbolo do martírio; a âncora ‑ símbolo da salvação; e o peixe ‑ o símbolo preferido dos artistas cristãos, pois as letras da palavra "peixe", em grego (ichtys), coincidiam com a letra inicial de cada uma das palavras da expressão lesous Chrastos, Theou Yios, Soter, que significa "Jesus Cristo, Filho de Deus, Salvador"
Essas pinturas cristãs também evoluíram e, mais tarde, começaram a aparecer cenas do Antigo Pintura mural das catacumbas de São Calixto, Roma (século II)e do Novo Testamento. Mas o tema predileto dos artistas cristãos era a figura de Jesus Cristo, o Redentor, representado como o Bom Pastor.
É importante notar que essa arte cristã primitiva não era executada por grandes artistas, mas por homens do povo, convertidos à nova religião. Daí sua forma rude, às vezes grosseira, mas, sobretudo muito simples

A arte e o Cristianismo oficial

     As perseguições aos cristãos foram aos poucos diminuindo até que,em 313, o Imperador Constantino permitiu que o cristianismo fosse livremente professado e converteu‑se à religião cristã. Sem as restrições do governo de Roma, o cristianismo expandiu‑se muito, principalmente nas cidades, e, em 391, o Imperador Teodósio oficializou‑o como a religião do Império.
    Começaram a surgir então os primeiros templos cristãos. Externamente, esses templos mantiveram as características da construção romana destinada à administração da justiça e chegaram mesmo a conservar o seu nome - basílica. Já internamente, como era muito grande o número de pessoas convertidas à nova religião, os construtores procuraram criar amplos espaços e ornamentar as paredes com pinturas e mosaicos que ensinavam os mistérios da fé aos novos cristãos e contribuíam para o aprimoramento de sua espiritualidade. Além disso, o espaço interno foi organizado de acordo com as exigências do culto.
    A basílica de Santa Sabina, construída em Roma entre 422 e 432, por exemplo, apresenta uma nave central ampla, pois aí ficavam os fiéis durante as cerimônias religiosas. Esse espaço é limitado nas laterais por uma seqüência de colunas com capitel coríntio, combinadas com belos arcos romanos. A nave central termina num arco, chamado arco triunfal, e é isolada do altar-mor por uma abside, recinto semicircular situado na extremidade do templo. Tanto o arco triunfal como o teto da abside foram recobertos com pinturas retratando personagens e cenas da história cristã.

O Cristianismo e a Arte

    Toda essa arte cristã primitiva, primeiramente tosca e simples nas catacumbas e depois mais rica e amadurecida nas primeiras basílicas, prenuncia as mudanças que marcarão uma nova época na história da humanidade.
    Como vimos, a arte cristã que surge nas catacumbas em Roma não é feita pelos grandes artistas romanos, mas por simples artesãos. Por isso, não tem as mesmas qualidades estéticas da arte pagã. Mas as pinturas das catacumbas já são indicadoras do comprometimento entre a arte e a doutrina cristã, que será cada vez maior e se firmará na Idade Média.


     Em 395, o Imperador Teodósio dividiu em duas partes o imenso território que dominava: o Império Romano do Ocidente e o Império Romano do Oriente
      O Império Romano do Ocidente, que ficou com a capital em Roma, sofreu sucessivas ondas de invasões bárbaras até cair completamente em poder dos invasores, no ano de 476, data que marca o fim da Idade Antiga e o início da Idade Média. Já o Império Romano do Oriente, apesar das contínuas crises políticas que sofreu, conseguiu manter sua unidade até 1453, quando os turcos tomaram sua capital, Constantinopla. Teve início então um novo período histórico: a Idade Moderna.
      Constantinopla foi fundada pelo Imperador Constantino, em 330, no local onde ficava Bizâncio, antiga colônia grega. Por causa de sua localização geográfica entre a Europa e a Ásia, no estreito de Bósforo, esta rica cidade foi palco de uma verdadeira síntese das culturas greco-romana e oriental. Entretanto, o termo bizantino,derivado de Bizâncio, passou a ser usado para nomear as criações culturais de todo o Império do Oriente, e não só daquela cidade.
      O Império Bizantino ‑ como acabou sendo denominado o Império Romano do Oriente ‑ alcançou seu apogeu político e cultural durante o governo do Imperador Justiniano, que reinou de 527 a 565.
      A afirmação do cristianismo coincidiu historicamente com o momento de esplendor da capital do Império Bizantino. Por isso, ao contrário da arte cristã primitiva, que era popular e simples, a arte cristã depois da  oficialização do cristianismo assume um caráter majestoso,
      A Arte bizantina tinha um objetivo: expressar a autoridade absoluta do imperador, considerado sagrado, representante de Deus e com poderes temporais e espirituais.
      Para que a arte atingisse melhor esse objetivo, uma série de convenções foram estabelecidas, tal como na arte egípcia. Uma delas foi a frontalìdade, pois a postura rígida da figura leva o observador a uma atitude de respeito e veneração pelo personagem representado. Por outro lado, quando o artista reproduz frontalmente as figuras, ele mostra um respeito pelo observador, que vê nos soberanos e nas personagens sagradas seus senhores e protetores. Além da frontalidade, outras regras minuciosas foram estabelecidas pelos sacerdotes para os artistas, determinando o lugar de cada personagem sagrado na composição e indicando como deveriam ser os gestos, as mãos, os pés, as dobras das roupas e os símbolos. Enfim, tudo que poderia ser representado estava rigoosamente determinado.
      As personalidades oficiais e os personagens sagrados passaram também a ser retratados de forma a trocar entre si seus elementos caracterizadores. Assim, a representação de personalidades oficiais sugeria que se tratava de personagens sagrados. O Imperador Justiniano e aImperatriz Teodora, por exemplo, chegaram a ser representados na igreja de São Vital com a cabeça aureolada, símbolo usado para caracterizar as figuras sagradas, como Cristo, os santos e os apóstolos. Os personagens sagrados, por sua vez, eram reproduzidos com as características das personalidades do Império. Cristo, por exemplo, aparecia como um rei e Maria como uma rainha. Da mesma forma, nos mosaicosa procissão de santos e apóstolos aproximava‑se de Cristo ou de Maria de forma solene, como ocorria na realidade com o cortejo do Imperador nas cerimônias da corte.
      Esse caráter majestoso da arte bizantina pode ser observado também na arquitetura como nos mosaicos e nas pinturas que decoram o interior das igrejas.
      As igrejas que revelam uma arte mais madura são as da época de Justiniano. A combinação perfeita de arcos, colunas e capitéis fornece os elementos de uma arquitetura  adequada para apoiar mármores e mosaicos que, com seu rico colorido, fazem lembrar a arte do Oriente.
      Depois da morte do Imperador Justiniano, em 565, aumentaram as dificuldades políticas para que o Oriente e o Ocidente se mantivessem unidos. O Império Bizantino sofreu períodos de declínio cultural e político, mas conseguiu sobreviver até o fim da Idade média, quando Constantinopla foi invadida pelos turcos.



Referências bibliográficas
Proença, Graça. História da Arte, Ática, São Paulo, 1990
Marchesi, Isaías. Atividades de educação artística, Ática, São Paulo, 2000
Gombrich, E. H., História da arte, Círculo do livro, São Paulo
Cantele, Bruna R., Arte etc. e tal..., IBEP, São Paulo
Enciclopédia Multumídia da Arte Universal

Fonte: